Esta participação resulta de um concurso lançado pela Algoteca da Universidade de Coimbra (UC), parceira do projeto que envolve 15 países e que tem um orçamento global de sete milhões de euros, nestas duas escolas de Coimbra, selecionadas com o apoio da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares – Direção de Serviços da Região Centro.

O concurso consistiu na elaboração de um poster científico sobre a iniciativa "BlueGrowth" da União Europeia, incluindo temas como microalgas e seus compostos bioativos (antibióticos, antibacterianos, etc.), biotecnologia, infeção hospitalar e suas consequências.

Os vencedores vão ser conhecidos no próximo sábado, dia 16 de janeiro, em cerimónia a decorrer no Museu da Ciência da UC, pelas 11 horas, altura em que é inaugurada uma exposição com os 10 melhores trabalhos.

Como prémio, durante uma semana (no total de 15 horas) os vencedores vão vestir a pele de cientistas e participar nos trabalhos de investigação do NOMORFILM que decorrem nos laboratórios da Algoteca. Terão a oportunidade de cultivar algas e de produzir extratos dos seus compostos para posterior identificação de moléculas antibacterianas.

Além desta aventura científica, os jovens são ainda contemplados com um prémio complementar de um curso de surf, oferecido pela Escola "Surfing Figueira".

O projeto NOMORFILM é financiado pelo Horizonte 2020 e teve início em abril de 2015, sob a coordenação-geral do Instituto de Saúde Global de Barcelona. A equipa da UC é composta por sete investigadores liderados por Lília Santos, docente e responsável pela Algoteca (ACOI), infraestrutura de investigação do Departamento de Ciências da Vida onde se desenvolve trabalho científico e pedagógico na área das microalgas e que inclui a maior coleção de culturas vivas destes organismos.

O grande objetivo da pesquisa é descobrir moléculas produzidas por microalgas que possam combater de forma eficaz as infeções hospitalares, nomeadamente as infeções causadas por biofilmes que se desenvolvem em implantes médicos (próteses, por exemplo), levando à rejeição dos dispositivos, com custos muito elevados quer para o paciente quer para o Estado.

Um biofilme é uma espécie de "camada biológica" que "se forma em torno dos implantes resultante do desenvolvimento e proliferação de microorganismos como bactérias e fungos que causam infeção, podendo conduzir à rejeição do implante", explica Lília Santos.

"Com o aumento da resistência das bactérias aos antibióticos disponíveis no mercado, é urgente encontrar alternativas eficazes. Estamos a tentar descobrir antibióticos derivados de algas, mas temos um trabalho gigantesco pela frente", conclui a coordenadora da equipa da UC.