24 de fevereiro de 2014 - 06h25

O Japão vai levantar a interdição sobre uma zona próxima da central nuclear de Fukushima, permitindo a cerca de 300 deslocados regressarem aos seus lares, anunciaram hoje as autoridades japonesas.

"O levantamento formal da ordem de retirada entra em vigor no dia 01 de abril e vai abranger 300 pessoas", cujas casas são em Tamura, uma cidade a cerca de 20 quilómetros a oeste da acidentada central nuclear, disse à AFP um funcionário do gabinete do primeiro-ministro.

Nos próximos dois anos, até 30.000 pessoas serão autorizadas a voltar às suas casas, as quais tiveram de abandonar por causa da forte radiação da central nuclear devastada, disse a mesma fonte.

Radiação nociva

Os antigos residentes das zonas evacuadas estão, no entanto, divididos quanto à oportunidade de regressarem aos seus lares, com alguns a recearem pela sua saúde em consequência dos níveis de radiação residuais medidos no local.

De acordo com as diretivas governamentais, as zonas próximas da central de Fukushima podem ser declaradas novamente como habitáveis quando uma pessoa é exposta a uma dose radioativa de menos de 20 millisieverts por ano.

Oficialmente, as autoridades gostariam que os trabalhos de descontaminação reduzissem esse nível para um milisievert por ano.

Quase três anos depois do sismo e tsunami na origem do acidente nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, uma centena de milhar de pessoas oriundas da região devastada continuam longe dos seus lares, segundo a agência para a reconstrução japonesa.

O terramoto e tsunami causaram mais de 18.000 mortos e desencadearam uma catástrofe nuclear.   

Um estudo recente mostra que pelo menos 26 crianças das zonas envolventes à central morreram com cancro na tiróide fruto da radiação nuclear. Outros 32 menores vivem atualmente com doença oncológica.

SAPO Saúde com Lusa

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