O novo acelerador linear que está a ser instalado naquela unidade, em Faro, dispõe de uma tecnologia mais avançada relativamente à máquina que já ali existia, permitindo acelerar os tempos de tratamento e emitir menos radiações para os tecidos saudáveis dos doentes, explicou à Lusa Guy Vieira.

"Este novo equipamento é mais assertivo e à partida causará menos efeitos secundários porque temos uma redução nas margens do campo de tratamento", declarou, observando que a nova máquina permite "administrar a mesma dose [de radiação] em menos tempo", pelo que o tempo de tratamento será "menor do que nas outras".

A máquina deverá entrar em funcionamento a partir de janeiro, depois de ser submetida a testes para verificar se não há fugas de radiação, acrescentou o médico oncologista, sublinhando que só depois será emitida a licença para começar a tratar os doentes.

O novo equipamento vai permitir que os doentes se submetam a tratamentos específicos e mais complexos, através de tecnologia "de ponta", evitando que tenham que deslocar-se a outras zonas do país, referiu Guy Vieira.

Uma das novas técnicas disponibilizadas é a radioterapia guiada por imagem, sistema automatizado que possibilita a colocação do paciente no local certo por situar, de forma mais exata, o tumor em causa.

"São máquinas mais eficazes e a precisão não tem tanto a ver com o feixe de energia, mas mais com o sistema de localização e deteção do tumor", precisou Guy Vieira.

Para o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, trata-se de um "grande avanço" em relação ao aparelho de radioterapia que já existia naquela unidade, inaugurada há dez anos.

"Já permite fazer tratamentos oncológicos mais complexos, o que o anterior não permitia, e acaba por ser uma grande mais valia para a população do Algarve", disse João Moura Reis à Lusa, sublinhando que a máquina mais antiga também se manterá em funcionamento.

Segundo aquele responsável, está também a ser estudada a instalação, no Algarve, de um aparelho para a deteção do cancro que combina dois tipos de exames - a Tomografia por Emissão de Positrões (PET) e a Tomografia Axial Computorizada (TAC).

O PET TAC, sigla pela qual é conhecido o aparelho, é um meio de diagnóstico da área da Medicina Nuclear que possibilita a deteção e a determinação do estadiamento da doença.