De acordo com informação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, está previsto que as futuras residências assistidas estejam prontas a funcionar já no próximo mês, prontas para receber jovens portadores de deficiência motora, com idades entre os 18 e os 35 anos, residentes na zona de Lisboa e Vale do Tejo.

Estas Unidades Habitacionais Assistidas para Pessoas com Incapacidade (UHAPI) são, na verdade, habitações criadas e pensadas para “acolher pessoas que não podem permanecer nas suas habitações familiares ou que necessitam de um espaço residencial de transição, antes de serem acolhidos nas suas residências ou instituições”.

“O projeto, que está a ser implantado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa nos terrenos do Centro de Alcoitão, destina-se a potenciar a autonomia das pessoas com grande incapacidade física, incentivando-as a participar nas ocupações domésticas, profissionais ou escolares e contribuindo, desta forma, para o aumento da sua qualidade de vida e inclusão futura”, explica a instituição.

Por outro lado, estas habitações poderão também servir para pessoas que, depois de terem tido alta hospitalar, não têm respostas imediatas e adaptadas à sua nova condição física e que, por isso, precisem de um espaço temporário onde sejam preparados para a sua integração na comunidade.

Com vista a essa integração, as UHAPI vão ter uma equipa multidisciplinar, constituída por médicos fisiatras, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas da fala e ocupacionais, psicólogos, nutricionistas e animadores culturais, que vão ensinar aos residentes técnicas e estratégias para facilitar a sua autonomia e independência.

As residências vão ter uma área aproximada de 100 metros quadrados, cada uma com três quartos com casa de banho privativa, sala de estar com Kitchenette, bem como produtos de apoio e tecnológicos adaptados às pessoas com incapacidade motora, para além de espaços verdes.

Um dos critérios para a admissão nestas habitações, para além da idade e da área de residência, é que os jovens sejam provenientes de famílias monoparentais e de baixos recursos financeiros.

É também condição que estas pessoas estejam impedidas, ainda que provisoriamente, de residir no seu meio familiar “ou que necessitem de se organizar e refazer o seu projeto de vida, na sequencia da sua nova condição física”.

“Numa fase inicial, serão construídas duas UHAPI, com capacidade para acolher seis pessoas, prevendo-se que o custo de implementação seja de 140 mil euros”, diz a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Por outro lado, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão apresentou proposta aos financiamentos do Portugal 2020, com vista a desenvolver exercícios de intervenção terapêutica e respetiva monitorização, com recurso a jogos virtuais e sistema de captura de movimentos.

O jogo terapêutico chama-se ‘NeuroGame’ e tem como características representar ocupações importantes nas atividades da vida diária, como tomar banho, vestir ou comer, bem como estimular competências cognitivas ou motoras.

Já a interface clínica dá pelo nome de ‘NeuroClinic’ e vai servir para prescrição das atividades terapêuticas, análise motora e cognitiva dos dados recolhidos e avaliação da evolução ao longo da aplicação de forma a melhor definir metodologias de intervenção.