Os ninhos da vespa asiática, segundo referiu o presidente da direção nacional da associação ambientalista Quercus, João Branco, são já "muitos milhares" em Portugal, e a espécie, cuja distribuição se encontrava restrita ao noroeste do país, tem alargado para outras zonas, estando já confirmada no Porto, em Coimbra, em Aveiro, na Guarda, em Leiria, em Santarém, em Castelo Branco e, em alguns casos pontuais, no Alentejo.

"Talvez seja impossível erradicar a vespa asiática" do território nacional, indicou à Lusa o presidente, que admite, no entanto, a possibilidade de "reduzir muito a dimensão desta praga", com recurso a um "bom plano", "vontade política" e "investimento".

Apesar da existência do "Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina [vespa asiática] em Portugal", criado em 2015 e coordenado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e pela "Direção Geral de Alimentação e Veterinária" (DGAV), João Branco defende que os resultados desta iniciativa foram "dececionantes" e que a mesma "falhou em toda a linha".

O presidente acredita que devem existir brigadas em todo o país, que possam executar uma procura ativa e a destruição correta dos ninhos de vespa asiática, plano no qual os cidadãos têm que ser "fortemente envolvidos" e que deve incluir como parceiros as associações de defesa do Ambiente.

A associação alerta ainda para a necessidade de proteção das espécies de vespas autóctones, cujos vespeiros estão a ser "destruídos em massa", devido à falta de informação prestada às populações, o que pode causar desequilíbrios ecológicos que favorecem a expansão da vespa asiática.

Perigo para os humanos?

Os riscos associados à picada da vespa asiática não diferem muito da picada de uma vespa normal. Só deve haver motivos de preocupação e procurar um hospital ou chamar uma ambulância, se houver algum sintoma alérgico, como dificuldade em respirar (as mortes por picada de vespas são normalmente por asfixia), calor no corpo ou febre.

Se alguém tiver um choque anafilático, chame o 112, tente manter a calma e, se a vítima desmaiar, deite-a de lado enquanto espera pelos primeiros socorros.

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Para o presidente, é "muito importante" que existam ações de formação e divulgação sobre esta problemática junto das autarquias, bombeiros e cidadãos. "Se as pessoas não conhecerem bem a vespa asiática vão estar sempre a matar outras vespas, ajudando à sua proliferação, visto que esta vai ocupar os locais deixados "vagos" pela destruição de vespeiros das outras espécies", referiu.

João Branco aconselha a que, antes de se destruírem os ninhos de vespa, devam ser seguidas as indicações do ICNF para uma correta atuação nestes casos, podendo a deteção dos ninhos ser comunicada através dos ‘sites’ de associações de conservação da natureza, das autarquias e juntas de freguesia ou da linha de apoio SOS Ambiente (808 200 520).