Em declarações à Lusa, Manuel Freitas afirmou que, no espaço de poucos meses, é já a terceira vez que a população deteta “anomalias graves” na água, mas sublinhou que foi em meados de abril que a situação atingiu “proporções inadmissíveis”.

“Das duas vezes anteriores, a água tinha cheiro e alguma cor, mas desta vez estamos a falar de esgotos puros e duros, que tiveram de ser retirados dos tanques das casas à pá”, referiu o autarca.

Covelas não tem água da rede pública, pelo que a população se socorre das minas existentes no monte. Na freguesia vizinha de Ferreiros, está instalada a Braval, empresa responsável pelo tratamento dos resíduos de Póvoa de Lanhoso, Braga, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Amares e Vila Verde.

Em abril, registou-se um problema na Braval, com o entupimento de dois tubos, e os resíduos foram derramados para o monte, acabando por ir parar às minas de água. “O problema foi detetado e imediatamente resolvido”, disse à Lusa o responsável da Braval.

Segundo Pedro Machado, dentro de três semanas a Braval já deverá contar com um segundo reservatório com capacidade para 100 metros cúbicos, para onde serão encaminhados os resíduos em caso de uma qualquer avaria, “o que garantirá o fim do problema, de uma vez por todas”. O responsável sublinhou que não foi afetado qualquer sistema de abastecimento público de água, “pura e simplesmente porque esse sistema não existe” em Covelas.

O que existe, segundo o presidente da Junta de Covelas, é “um grave problema de saúde pública”, que “está a deixar a população com medo” de utilizar a água que chega às torneiras das suas casas. “Se foram afetadas casas numa determinada rua, que garantias podemos ter de que a contaminação não chegará à restante freguesia?”, questiona Manuel Freitas.

A Câmara de Póvoa de Lanhoso já pediu a realização de análises à água e a Braval também o vai fazer, mas, até serem conhecidos os resultados, a população “aguarda com natural desconfiança e medo”.

“O que nós exigimos é a resolução do problema de uma vez por todas”, rematou Manuel Freitas.