Nuno Ramos, vogal do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, disse à agência Lusa que, em causa, estão 72 vagas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e o seu preenchimento, no âmbito de um concurso para 1.000 vagas em todo o país que o Ministério da Saúde abriu, “resolverá as carências dos cuidados de saúde primários da região”.

O dirigente da ARS disse que esse concurso vai ser “lançado muito em breve” e, juntamente com a contratação de outros 10 profissionais no âmbito de outro procedimento concursal entretanto concluído, “demonstra o esforço que a Administração Regional tem feito para dotar os centros de saúde dos meios humanos necessários”.

Este esforço, acrescentou Nuno Ramos, “retira sentido” às críticas do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que num comunicado considerou que a ARS “tem falhado nas diligências necessárias para a contratação desses profissionais”.

O SEP referiu que, nos centros de saúde, das 1.000 vagas para enfermeiros que o Ministério da Saúde anunciou, “são necessárias no mínimo 150 para o Algarve”, número que fica aquém, frisou, do que a ARS Algarve estima.

O sindicato considerou ser sinal de “incoerência e inoperância” que, “dos 1341 enfermeiros contratados para o país, só 64 tenham chegado à região”, frisando que o sindicato “já apresentou por diversas vezes as soluções” para a falta de incentivos que levam os profissionais a não vir trabalhar para o Algarve.

Mas o vogal da ARS rebateu estas críticas, recordando que “já foram aprovados mecanismos de incentivo à fixação de profissionais no Algarve”, como a atribuição “de 1.000 euros mensais, reduzido a 50% após os primeiros seis meses da duração da colocação em posto trabalho carenciado e a 25% após 12 meses”.

“Estamos convencidos de que este incentivo pecuniário fará mais médicos virem trabalhar para a região”, afirmou, sublinhando que a ARS e o Ministério da Saúde “têm feito um esforço no primeiro semestre de 2015 para resolver as carências de recursos humanos da região” e “já contratou este ano 142 médicos”.

A mesma fonte sublinhou que a ARS, no que ao Centro Hospitalar do Algarve (CHA) diz respeito, “tem autorizado a contratação de todos os médicos que se mostraram interessados em trabalhar no Algarve”.

Além dos 142 médicos, a ARS frisou num comunicado que foram ainda contratados 68 enfermeiros, 14 técnicos de diagnóstico e terapêutica, oito técnicos superiores, um assistente técnico e 87 assistentes operacionais.

Revelou também que o CHA já recebeu do Ministério da Saúde, entre 2013 e 2015, 598,5 milhões de euros, “457,1 milhões no âmbito dos contratos-programa anuais" e “141,3 milhões referentes a aumento de capital e verbas adicionais de convergência canalizadas para o reequilíbrio financeiro e regularização de dívidas a fornecedores.