Os números foram divulgados na noite de segunda-feira, na ilha do Faial, pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA), durante uma cerimónia de atribuição de "selos de qualidade" a vários municípios do arquipélago, realizada na Biblioteca Pública e Arquivo da Horta.

"A melhoria nas análises verificada em 2015 faz com que os Açores sejam a primeira região do país a atingir os 99% da qualidade da água, que é a meta imposta pela União Europeia para a qualidade da água", revelou Hugo Pacheco, presidente da Administração da ERSARA.

Para premiar a melhoria gradual da qualidade da água da rede pública no arquipélago, a entidade reguladora decidiu atribuir, pela primeira vez este ano, "selos de qualidade" procurando incentivar também os concelhos que não apresentam os melhores parâmetros de qualidade.

"Estes certificados vêm premiar as câmaras municipais e os serviços municipalizados que se distinguiram pela excelência da qualidade colocada à disposição dos consumidores", realçou Hugo Pacheco, adiantando que o prémio representa também um incentivo para as autarquias que ainda não atingiram os patamares mais elevados.

Lajes (ilha das Flores), Madalena e São Roque (ilha do Pico), Velas (ilha de São Jorge), Angra do Heroísmo (ilha Terceira) e Ribeira Grande, Lagoa e Nordeste (ilha de São Miguel), foram os concelhos premiados pela ERSARA pela qualidade de água fornecida ao público durante 2015.

Apesar desta melhoria na qualidade da água nos Açores, que aumentou de 96% em 2010 (ano em que foi criada a ERSARA), para 99% em 2015, alguns municípios queixam-se da falta de financiamento na rede de abastecimento de água.

José Leonardo Silva, em representação da Associação de Municípios dos Açores (AMRAA), lamentou que Programa Operacional 2020 (através do qual são atribuídos fundos comunitários às autarquias) não seja "amigo da água".

Segundo explicou, os investimentos na melhoria da rede pública de água, que no seu entender deviam ser constantes, já não constituem uma prioridade em matéria de comparticipação comunitária, tal como não são também prioritários os investimentos na rede viária municipal.