5 de março de 2014 - 09h40
A Câmara Municipal de Abrantes anunciou hoje ter recebido autorização da Administração Regional de Saúde (ARS) para avançar com incentivos financeiros de 9.000 euros por ano aos médicos de família que queiram instalar-se no concelho.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), disse que a ARS de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) informou "não ter nada a opor" aos incentivos financeiros que a autarquia quer dar a médicos para estes se fixarem em Abrantes, concelho com cerca de 40 mil habitantes e que tem atualmente 40% dos utentes sem profissionais de saúde de proximidade.
No início do ano, a ARS-LVT havia negado a pretensão da autarquia, tendo então considerado que o incentivo de 9.000 euros anuais criado pela autarquia para a instalação de médicos na futura Unidade de Saúde Familiar (USF) era um "fator de promoção de desigualdade entre municípios", uma leitura assente na disponibilidade financeira que Abrantes demonstrou ter e que poderia diferir em outros municípios.
Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia, não concordou com o chumbo aos incentivos à contratação de médicos e reclamou da decisão, tendo referido que a decisão "não fazia sentido" e vincado a "enorme quantidade de utentes do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo sem médico de família", em particular no concelho de Abrantes.
"Sem mais explicações, a ARS-LVT simplesmente informou agora nada ter a opor", disse a autarca.
Além dos incentivos, o município já adjudicou as obras no valor de um milhão de euros para requalificar o edifício da antiga rodoviária de Abrantes , no centro da cidade, e ali colocar a funcionar a USF e o novo centro de saúde, que será deslocalizado da unidade hospitalar de Abrantes, onde está atualmente sediado.
"A obra física já está adjudicada, está agora no Tribunal de Contas, mas precisamos de profissionais de saúde que queiram integrar esta equipa no âmbito da Unidade de Saúde Familiar", reforçou Maria do Céu Albuquerque.
O incentivo financeiro, que servirá de complemento salarial, será suportado pelo orçamento camarário e durará dois anos, podendo ser prorrogado por mais um.
Lusa