Devido a um inquérito em curso que corre no Ministério Público ainda não foi divulgado o nome da empresa que terá sido responsável pela propagação do surto de "legionella", que causou até ao momento oito mortes e infetou 331 pessoas, segundo os últimos dados da Direção Geral de Saúde (DGS).

Contudo, as juntas de freguesia de Vialonga e da Póvoa de Santa Iria/Forte da Casa tinham disponibilizado apoio psicológico e jurídico às famílias das vítimas que tencionassem avançar com processos judicias, tendo recebido até ao momento 21 pedidos de ajuda, segundo disseram hoje à agência Lusa os respetivos autarcas.

"Fomos procurados por oito famílias que nos pediram aconselhamento jurídico. Contudo, só poderão ser convocadas pelo nosso advogado quando existir algo mais concreto", explicou à Lusa o presidente da junta de Vialonga, José Gomes.

O autarca referiu que todos os pedidos de apoio jurídico foram feitos por familiares de doentes que sobreviveram à doença, não existindo, portanto, nenhum referente a vítimas que faleceram.

Por seu turno, na junta de freguesia vizinha da Póvoa de Santa Iria/ Forte da Casa foram feitos até ao momento 13 pedidos de apoio jurídico, dois deles de familiares de vítimas mortais.

"Estamos, para já, a rececionar os pedidos que terão de obedecer a alguns critérios. Terá de ser provado que há uma relação direta com a doença da 'legionella'. Para já, é muito cedo para falar porque ainda não existe um culpado provado", apontou o autarca Jorge Ribeiro.

O autarca adiantou igualmente que duas famílias procuraram a junta de freguesia para receber apoio psicológico.

Por sua vez, à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, que também tinha mostrado disponibilidade para prestar aconselhamento jurídico, chegaram dois pedidos, segundo adiantou à agência Lusa o presidente da autarquia, Alberto Mesquita.

Contudo, o autarca escusou-se a falar do processo, alegando que o mesmo se encontra "em segredo de justiça".

"Neste momento é preciso ter algum cuidado e cautela e na forma como se aborda este tema", afirmou.

A bactéria 'legionella' provoca pneumonias graves e pode ser mortal.

A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.