Esta disfunção deve-se a uma hiperatividade das glândulas sudoríparas que pode ser provocada por um excesso de actividade do sistema nervoso simpático (o responsável pelo controlo das nossas respostas involuntárias em situações de stress: aumento da transpiração, aumento do ritmo cardíaco, trémulo...)

A transpiração é um mecanismo essencial para a regulação da temperatura do organismo. Contudo, quando a sua produção ultrapassa os valores normais do organismo, é causa de grande constrangimento, com impacto importante na vida pessoal e profissional, podendo conduzir a situações de isolamento social. Este desconforto é agravado quando acompanhado de excesso de odor.

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Estima-se que em Portugal existam cerca de meio milhão de pessoas com hiperidrose, sendo que a partir dos 40 anos e na pré-menopausa, a frequência de casos tende a aumentar. No mundo, estima-se que entre 3% a 6% da população sofra de suor excessivo.

A falta de informação relativa a esta situação implica que muitas destas pessoas desconheçam que há tratamentos definitivos e nem saibam a que especialidade recorrer perante este problema. Em muitos casos, os próprios médicos não estão sensibilizados para esta doença nem conscientes dos tratamentos disponíveis. Mais frequentemente, a transpiração excessiva manifesta-se nas palmas das mãos, axilas, e plantas dos pés. Cerca de 51% dos doentes sofre de hiperidrose localizada nas axilas.

Tratamento inovador

Está já disponível em Portugal um tratamento inovador, chamado miraDry, que permite a resolução definitiva, sem cirurgia e sem efeitos secundários.

Esta tecnologia utiliza energia eletromagnética (semelhante à produzida por um micro-ondas) e atua directamente nas glândulas sudoríparas, provocando a sua dissolução e absorção.

O processo consiste no aquecimento da camada existente entre a pele e a gordura, onde estão localizadas as glândulas do suor, até as vaporizar e eliminar sem afetar os tecidos adjacentes. Destruindo-se as glândulas responsáveis pelo suor, elimina-se a hiperidrose e o odor associado.

Este tratamento realiza-se habitualmente em duas sessões. Algumas pessoas obtêm o resultado pretendido com uma sessão apenas e outras, muito raramente, necessitam de uma terceira.

Há poucas contra-indicações: pessoas com pacemaker ou outro implante elétrico, oxigenoterapia ou alergia ao anestésico local.

Este tratamento oferece resultados imediatos e duradouros, que mudam radicalmente a vida de quem sofre de transpiração excessiva.

As explicações são de Joana Carvalho, médica especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular na Clinica Liberty, no Porto.