A dúvida é comum a muitas mulheres. Será que a toma de plantas medicinais pode interferir com a eficácia da pílula? «Até à data, não existe nenhum estudo clínico que correlacione a toma de plantas medicinais como a urze, o hibisco, a rainha-do-padro e o dente-de-leão com a pílula contraceptiva», afirma João Beles, naturopata e professor no Instituto de Medicina Tradicional de Lisboa. No entanto, e segundo o especialista, relativamente a outras plantas existe uma grande disparidade entre o que se afirma e o que os estudos científicos comprovam.

«Por exemplo, relativamente ao hipericão, pelo menos quatro estudos clínicos confirmam que não interage com a pílula. Num deles, realizado no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Southern Hospital da Universidade de Medicina da Califórnia, nos EUA, 15 mulheres tomaram ao mesmo tempo a pílula e passados dois meses juntaram o hipericão durante mais dois meses. Os resultados demonstraram que a planta medicinal não interferiu com os níveis de estrogénio», esclarece.

João Beles adianata, ainda, que um outro estudo realizado no Hospital Universitário de Basel, na Suíça, concluiu que 18 mulheres que tomaram um contracetivo (contendo 0,02 mg de etinilestradiol e 0,15 mg desogestrel) juntamente com hipericão (600 ou 900 mg por dia) também não apresentaram alterações nas concentrações de progesterona e estradiol, resultados em conformidade com outros estudos como um de 2009 publicado no European Journal of Clinical Pharmacology.