Andar de avião é algo que assusta muita gente e as últimas notícias de avarias e de quedas de aeronaves só agrava a situação. A fobia de voar ou aerofobia é, segundo os especialistas, uma perturbação ansiosa associada a uma situação de voo. O medo, muitas vezes reflexo de claustrofobia, assume vários contornos, nomeadamente medo do desconhecido, de sofrer um acidente, morrer, ficar encarcerado ou ainda, motivado por factos recentes, de ser alvo de um ataque terrorista.

O receio pode também dever-se ao facto da pessoa ter a noção de que não controla a situação. O nervoso miudinho surge antes da partida e tende a agravar-se à medida que a hora de embarque se aproxima, transformando-se em ansiedade, suores, enjoos ou ataques de pânico que tornam um mero passageiro numa verdadeira bomba-relógio. Se para uns é a descolagem que gera dúvidas, pois não se abstraem da imagem de um elefante a tentar voar, para outros o foco de stresse reside na aterragem.

Os cuidados a ter na hora de fazer as malas

Não se deixe apoderar pelo stresse antecipadamente. Prepare-se para a viagem com calma, evite chegar ao aeroporto em cima da hora. Inclua na bagagem de mão uma revista ou livro, um leitor com as suas músicas preferidas e pastilhas elásticas para mastigar antes da aterragem e evitar o mal-estar nos ouvidos. Na hora do check-in, peça um lugar no corredor, pois estar junto à janela apenas acentua a ansiedade.

O que pode fazer a bordo

Antes de mais confie na tripulação. Veja as explicações de segurança e distraia-se conversando, ouvindo música ou lendo. Caso se sinta muito nervoso avise a hospedeira. Na refeição coma sem pressas e prefira água ou sumo, pois o álcool e a cafeína estimulam a ansiedade. Se sentir turbulência, relaxe, pois a oscilação é inofensiva, apenas torna a viagem menos confortável, como uma estrada com piso em mau estado.

A ajuda extra a que pode recorrer

Na viagem de regresso, se a ideia de voltar a entrar no avião ainda o aterroriza, recorra, sempre que possível previamente, a apoio especializado, como a terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento, hipnose, psicanálise ou cursos práticos. A toma de fármacos, ansiolíticos ou antidepressivos é, também, uma medida eficaz, devendo contudo ser sempre administrada por indicação médica.

Texto: Manuela Vasconcelos