O 13º Evento de Decoração de Bolos da Istofaz-se aposta na utilização de poucos ingredientes e ferramentas, em que o talento puro consegue produzir autênicas obras de arte em forma de bolo. Ou não fosse o workshop dirigido por uma das mais famosas cake designers do mundo, Margaret Braun, autora do Livro “Cakewalk”, jurada no Concurso “Ultimate Cake Off” e que conta com diversas participações em revistas, filmes e programas televisivos como Oprah e Food Network, entre outros.

O que veio ensinar em Lisboa?

Vou ensinar – gosto de lhe chamar uma Masterclass, porque já são decoradores com alguma experiência que querem aprender algo de novo. Vou mostrar como é que trabalho com a cor, organizo formas e técnicas com saco de pasteleiro. São os aspetos fundamentais, coisas básicas, mas muito importantes.

O que considera mais importante num bolo?

Acho que o bolo em si deve ser como uma silhueta, uma bela escultura que se consegue ver do outro lado da sala, uma forma bonita. A forma é muito importante. Gosto que os meus bolos sejam longos e graciosos.

Estou a ensinar técnicas, mas também estou a ensinar a olhar. É uma aula de arte, não estou apenas a falar de ferramentas. É uma aula em que os alunos podem ver para dentro de si. Vou ensinar a mesma coisa a toda a gente, mas quando os bolos estiverem prontos, vão ser completamente diferentes. A certo ponto, quando um dos meus alunos começa a ir por um caminho muito seu e a gostar, eu digo: “continua, vai em frente!” E ele começa a fazer qualquer coisa de muito interessante!

Costuma viajar muito a dar aulas de cake design em diferentes países?

Eu adoro fazer isto! É a minha coisa favorita! Porque eu faço os meus bolos para me sustentar, mas viajo muito por outros países, posso ir a sítios onde nunca fui e conhecer pessoas muito interessantes. E adoro Portugal, adoro Lisboa!

Já veio cá muitas vezes?

É a primeira vez…. Mas há muito tempo que queria vir, estava na minha lista. Esta cidade é espantosa. Mesmo que chova, é uma cidade muito interessante e linda, linda… Cakewalk

É dos EUA?

Sim, de Nova Iorque.

Da terra do “Cake Boss” e de outros programas de televisão que mostram o dia a dia de pessoas que trabalham em pastelaria… Como vê este fenómeno das pessoas estarem interessadas nos pequenos detalhes de como fazer um bolo?

Fui juiz do “Ultimate Cake Off” durante muito tempo. Por isso conheço a realidade dos programas de televisão muito bem. Acho maravilhoso que a decoração dos bolos se tenha transformado em sensação internacional. Quando eu comecei, ninguém conhecia. Diziam: “é decoradora de bolos? É ótimo… mas é estranho!”. Agora, quando digo a minha profissão, toda a gente sabe “ah, como nos programas de televisão!”. Acho que os programas são divertidos. Espero que possam ser fonte de inspiração para quem os vê. Mas nos concursos que são maus para os participantes, ninguém aprende nada. É só televisão… Acho muito bom quando se vê um programa e se pode aprender algo, quando vemos alguém que sabe fazer alguma coisa.

É realmente uma tendência muito recente, que fez as pessoas descobrirem que existe esta profissão…

É ótimo. É ótimo para miúdos. Adoro quando recebo e-maiils de miúdos de 12, 13 até de 10 anos. “Querida Margareth, eu vi-te a fazer bolos na televisão e quero ser decoradora de bolos quando for grande”. Adoro quando isto acontece, é do melhor!

Também faz workshops para crianças?

Sim, e trabalho muito bem com crianças. Eles são fantásticos. As pessoas às vezes pensam que trabalhar com crianças envolve ficar tudo sujo e confuso, mas não é o que acontece. Eles concentram-se no trabalho e fazem coisas maravilhosas. Às vezes tao boas quanto os adultos.

Quais as características que deve ter um cake designer?

Eu acho importante é aprender a fazer uma coisa perfeitamente bem. A experiência de aperfeiçoar uma técnica e aplicar essa experiência à próxima técnica, e esperar até que essa técnica fique perfeitamente bem. Construir a partir daí dá-lhe mais confiança e a coordenação entra olho e mão faz um click! Não acredito grandemente na utilização de todas as grandes máquinas e aparelhos – só uso pinceis, alguns corantes alimentares e massa de açúcar. Portanto, não comece a encher-se de coisas, mantenha tudo simples e concentre-se nas técnicas.

Ana César Costa