A Rota das Estrelas reúne os Chefes de cozinha de restaurantes distinguidos com Estrelas Michelin em Portugal. Uma oportunidade para estes profissionais conhecerem melhor o trabalho de cada um e de concentrarem esforços para criarem uma refeição verdadeiramente única e irrepetível.

Em 2016, foram seis os jantares da Rota das Estrelas, um deles na Casa da Calçada, em Amarante, entre 7 e 9 de outubro. Foi aqui que, pela primeira vez, o evento “saiu” de casa e instalou-se do outro lado da ponte de São Gonçalo, no Museu Amadeo de Souza Cardoso.

A cada um dos sete Chefes foi proposta uma obra de arte do pintor para se inspirarem na apresentação do seu prato. E na sala de um antigo convento dominicano, ao som de violinos, as mesas foram dispostas ao longo da nave central, rodeadas por obras de arte. Neste ambiente quase mágico, mal se dá pela azáfama que decorre cá fora, na copa improvisada instalada no claustro do Museu.

Um jantar que “não podia ter corrido melhor”, na opinião do anfitrião, deste evento, André Silva. O chefe do Largo do Paço decidiu “arrojar” e surpreender os convidados com um “cenário visual fantástico” e um “ambiente de encher o coração”. Para isso, convidou não só colegas com estrelas Michelin, mas também o “mestre” Vítor Sobral, da Tasca da Esquina e Cervejaria da Esquina, em Lisboa, que assinou o primeiro prato, um Coelho assado em vinha de alhos, abóbora, beterraba e pó de avelã.

Também Ana Moura, da Cave 23, em Lisboa, não figura no Guia, mas foi convidada a chefiar o restaurante do Largo do Paço durante dois dias, bem como a participar neste jantar, onde apresentou o prato de Rabo de vitela, sapateira, cânhamo, malagueta indiana e lima kafir.

Antes de Ana Moura, já tinha chegado à mesa o prato de Presa ibérica grelhada, enguia fumada, amido de batata, pimento curado de João Rodrigues (Feitoria, Lisboa), Pescada escalfada num creme de iodado, alho francês e codium, folhas de ostra, de Miguel Laffan (L’And Vineyards, Montemor) e Linguado, funcho, beterraba e sumo de azeitona galega, de Rui Silvestre (Bon Bon, Algarve). Seguiu-se a obra-prima do anfitrião André Silva, Lombinho de porco preto, lagostim, milho, alperce, teriyaki e sésamo; e finalmente a sobremesa de Pedro Lemos, do restaurante homónimo no Porto, o “Bosque”.

Em plena região de vinhos verdes, Amarante é conhecida não só pela sua beleza natural e pelo ambiente romântico, como pela boa gastronomia. A Casa da Calçada tem sem dúvida o restaurante mais conhecido da região, até porque figura em consecutivas edições do Guia Michelin. Mas as especialidades regionais como o cabrito ou bacalhau assado, os cogumelos e a rica doçaria de origem conventual devem ser tidos em conta numa visita à cidade.