Nesta edição, os 12 Chefes foram desafiados a criarem um menu de assinatura, inspirado nos ingredientes típicos da região, onde o tronco comum era o ceviche.

Hotel Conrad Algarve, um dos hotéis de 5 estrelas mais modernos e luxuosos do Algarve, o Restaurante Louro, sob a batuta do Chefe Osvalde Silva – que se mudou recentemente do Sheraton Algarve & Pine Cliffs Resort – tinha uma ementa, no mínimo, de fazer água na boca.No início da refeição, um sortido de pães – malte, cereais, sementes, azeitona e “normal” – com uma deliciosa manteiga e um aromático azeite, começaram por abrir o apetite. Depois, presentearam-nos com um “amuse-bouche” de polvo confitado com pequenos cubos de pimento e ananás, pó de azeitona e noodle de arroz. Deliciosa a combinação do polvo que se desfazia na boca em harmonia com o ananás!

Para além dos pratos vegetarianos – que nem todos os restaurantes apresentaram – o Chefe Osvalde Silva e a sua equipa apresentaram como entradas duas opções: um Ceviche de Garoupa, algas, gambas da costa, batata roxa e chili. Um sabor suficientemente cítrico e ácido para preparar as papilas gustativas para o que viria a seguir, com o cuidado de deixar sobressair a nobreza da garoupa no prato.

A outra entrada, uma Ostra sobre ananás grelhado, foie gras e salicórnia. Mais uma vez, a ostra como estrela do prato, com a sua salinidade doce a contrastar com o azedo doce do ananás, e a consistência amanteigada do foie gras a ligar tudo…

Para acompanhar as entradas foi nos sugerido um Alvarinho Regueiro 2015 reserva. Que bela escolha! Um vinho muito encorpado mas ao mesmo tempo muito frutado e muito fresco, sendo até bastante complexo mas muito fácil de gostar. A escolha certa para um prato de peixe ou marisco (ou até mesmo de algumas carnes).

Como pratos principais, a ementa oferecia uma barriga de atum confitada, açorda de marisco, espargos e… framboesas! O atum, de sabor suave sobre uma cama de açorda de marisco bem presente, tornou-se mais vibrante a cada framboesa que se sentia. Um toque genial!

Havia ainda o Naco de Vitela braseada com batata prensada, maçã verde e molho de beterrada. Um prato com menos surpresas, mas não menos bem preparado: a carne, com “a” cor rosada que se espera, tinha a suavidade e textura anunciada. O puré e rolos de maçã, juntamente com o sabor terreno da beterraba, complementavam muito bem o prato.

A sugestão para acompanhar a refeição recaiu para o Algarve, com um Quinta do Barradas tinto, um vinho da região de Silves. Já se sabe que o Algarve produz vinhos de grande qualidade: este é um deles. Uma cor vermelho cereja preta, com um aroma a frutos silvestres. Na boca, notam-se as especiarias e o chocolate proveniente da casta Syrah. Mais uma vez, a escolha certa para acompanhar a refeição.

Nas sobremesas, duas super-escolhas algarvias: a laranja e a amêndoa. Na primeira, várias texturas podiam passear na nossa boca, sempre com o citrino bem marcado. No segundo, uma mescla de sabores e texturas: uma esfera de amêndoa tostada, crocante, sobre um anel de pannacota de mel e um sorbet de medronho. Uma sobremesa muito surpreendente e não menos deliciosa, começando na apresentação, passando pelas texturas e terminando nos sabores tão típicos da região. A forma ideal – diríamos, obrigatória! – de terminar a refeição.

Ainda houve tempo (e barriga) para sermos presenteados com um pequeno biscoito de laranja e chocolate, e com mais uma criação do Chefe de Pastelaria Ricardo Horta – um Macaron de louro com laranja-, fazendo jus ao nome do restaurante.

Seria injusto falar apenas dos méritos da cozinha – Chefe Osvalde Silva, Chefe Ricardo Horta e sua equipa -, sem falar em quem está na sala. Muito boa a qualidade do atendimento e a simpatia de todos os que connosco intervieram, num ambiente bastante confortável e familiar.

Mais um ano de sucesso para a Algarve Chefs Week!

Paulo Sopa e Ana Horta