Não se tratando de um produto típico da serra algarvia e dada a população dispersa, Sérgio Coelho considera que a roulotte é uma opção interessante porque permite ir ao encontro dos clientes e não ficar à espera que os clientes entrem num restaurante.

A ideia surgiu em França, contou à Lusa o empresário, de 36 anos, explicando que, naquele país, as ‘roulottes’ de pizzas nas aldeias são tão comuns que até é difícil encontrar locais onde estacionar.

“Lá é muito difícil encontrar lugares [de estacionamento] nas aldeias, junto a cafés, porque há muita gente a fazer isso”, comentou, observando que, em maio de 2013, começou a trabalhar na aldeia de Benafim, concelho de Loulé, uma noite por semana.

Atualmente, reserva quatro noites por semana para percorrer as aldeias de Santa Margarida, Tôr e Benafim, no concelho de Loulé, e Portela de Messines, no concelho de Silves.

“Eu não vendo bebidas [perto dos cafés]. As pessoas encomendam a pizza, acabam por comer aqui e pedir um café e isso também ajuda a trabalhar o café”, explicou o empresário.

Pizza da Serra

Os clientes já sabem o dia em que a “Pizza da Serra” está na aldeia, sempre junto a um café com quem Sérgio Coelho estabelece parceria.

“É diferente e essencial para trazer alguma novidade e desenvolvimento à zona e, como a falta de emprego é um dos problemas do interior, penso que ele [Sérgio Coelho] descobriu uma solução fantástica” considerou António Martins, de 50 anos, enquanto encomendava uma pizza.

Durante o verão, a “Pizza da Serra” participa ainda em feiras, mercados e outros eventos que ocorrem em vários pontos do Algarve durante os fins de semana, mas a grande meta de Sérgio Coelho é conseguir maior rentabilidade durante a época baixa.

Caso não consiga atingir esse objetivo, o empresário não coloca de parte a hipótese de fazer temporadas em França como padeiro, até porque criou uma massa própria preparada com massa lêveda e sem fermento para marcar a diferença.

Sublinhando que a aposta na qualidade do produto é vital, Sérgio Coelho lembrou que os clientes não são muitos e é preciso mantê-los.

Colocar o projeto em marcha em Portugal não foi fácil e Sérgio Coelho, que trouxe de França uma ‘roulotte’ já adaptada e legalizada, teve de esperar para poder abrir o negócio.

“Lá, para legalizar [o negócio] demora-se 15 minutos, cá demorou dois meses”, contou sem esconder a surpresa que teve ao perceber que, apesar de trabalhar no espaço da União Europeia, as fiscalizações feitas em França não eram válidas em Portugal.