O artigo intitula-se “Boas Práticas de Perda de Peso” e refere os cuidados a ter, na perda de peso, tendo em conta a época do ano e a necessidade de utilizar práticas seguras para combater esta doença crónica.

O documento, no âmbito da Plataforma contra a Obesidade, entidade tutelada pela Direção-Geral de Saúde, realça que “o combate deve ser contra a obesidade e não contra a pessoa com obesidade, pelo que as estratégias a implementar devem ser concertadas, abrangendo vários sectores, nomeadamente o ensino, a indústria, a saúde e a comunicação social, de forma a haver uma articulação entre todos os profissionais”.

De acordo com o texto citado, “Em Portugal cerca de 3 milhões de adultos têm peso excessivo, incluindo cerca de 400 mil com obesidade e dentro destes cerca de 36 mil com obesidade mórbida. Entre as crianças e jovens um terço tem peso excessivo, incluindo obesidade”.

Um problema com causas “múltiplas e complexas, incluindo suscetibilidade genética, mas com forte influência de fatores decorrentes da atual sociedade ´obesogénica`”.  Como tal, as instâncias oficiais têm que travar uma luta em várias frentes contra esta epidemia, nas cidades, na escola, na comunicação social, na indústria agroalimentar, nas estruturas do Serviço Nacional de Saúde.

Para o Conselho Científico da Plataforma “a exibição da obesidade severa, tal como no passado se fazia no circo ou nas feiras, faz das pessoas em causa vítimas do espetáculo e acentua o estigma que a sua aptidão física determina e que deve ser combatido. As experiências de estigmatização e discriminação diminuem comprovadamente o bem?estar psicológico dos visados mas também a sua capacidade de adotarem e manterem comportamentos conducentes a um peso mais saudável”.

Ainda de acordo com o documento referido, “o dispêndio energético pelo exercício físico é um importante coadjuvante para a perda de peso, mas o doseamento individual tem de garantir um acesso fácil, suportável e sustentável, com condições de segurança, sendo que na obesidade mórbida esta necessidade é muito importante. São desaconselhadas práticas predominantemente baseadas na intensidade do esforço e na procura da superação, nomeadamente em pessoas com fragilidades musculares e articulares”.

“A maioria das pessoas com obesidade tenta perder peso enquanto continua a sua vida quotidiana. A modificação das práticas alimentares e a restrição energética deve ter em conta esta situação e ser organizada por especialistas para se diminuir de uma forma sustentada a ingestão de energia. A terapia alimentar deve ser pensada a longo prazo e nunca com duração inferior a seis meses, com a implementação obrigatória de um programa de manutenção posterior. Os objetivos de perda de peso devem ser realistas. Nos primeiros seis meses, a redução de peso deve ter como objetivos a perda de 500g a 1 kg por semana”.