Adriana Freire é a mentora da Cozinha Popular da Mouraria. Fotógrafa de profissão, esta apaixonada por comida tem-se dedicado, nos últimos meses, a realizar um sonho de infância: abrir as portas de casa a todos os que desejem cozinhar, experimentar e partilhar os seus saberes gastronómicos. E mais do que gastronómicos, culturais, explorando as diferentes vertentes do bairro onde habita.

Convidar uma família indiana para vir cozinhar num dia e apostar numa oferta de sushi no dia seguinte é uma das ideias. Desta forma será possível promover o convívio das pessoas "do bairro" com “os de fora”, que queiram aprender alguns pratos mais exóticos. Outra ideia é elaborar petiscos criados à imagem das pessoas da zona - por exemplo, umas bolachas crocantes inspiradas numa vizinha - ou fornecer refeições saudáveis e a baixos preços para a comunidade. É assim que a Cozinha se vê transformada em “sala de jantar do bairro”, nas palavras de Adriana, mas sem ser “caridade”, insiste, porque quer contar com a colaboração de todos.

Na cabeça de Adriana as ideias vão-se sucedendo, desde o aproveitamento do espaço exterior da cozinha para a instalação de um grill até ao jardim vertical de plantas aromáticas, passando pela apresentação do espaço aos responsáveis da Ordem dos Arquitetos, com o objetivo de obter um novo projeto com melhores condições.

O nº5 da rua das Olarias, onde está instalada a Cozinha Popular da Mouraria, já serviu de atelier a um estofador, foi mercearia, casa funerária e outros fins que se perdem na memória do bairro.

O projeto é financiado pelo programa camarário BIP/ZIP e conta com o contributo da TEKA, que ofereceu os eletrodmésticos. As mesas, louças e outros artigos têm sido oferecidos por diversas entidades e pessoas que vão tendo conhecimento da Cozinha Popular.

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Ana César Costa