Em Portugal são conhecidos como produtos “naturais”, nos EUA por produtos “orgânicos”, em França são referenciados como “bio”… O importante é que a qualidade seja certificada por organismos competentes, de modo a que o consumidor não “leve gato por lebre”.

A “onda verde” veio para ficar. Deu os primeiros passos de uma forma quase silenciosa, mas segura. Considerada, inicialmente, como uma “tendência exótica para gente exótica e rica” – tipo Madonna, Brad Pitt ou Angelina Jolie –, foi criando adeptos em todos os estratos sociais e etários.

Os laboratórios e o marketing, atentos aos anseios de uma clientela/ sociedade em mudança, foram-se rendendo à nova moda e formularam ou reforçaram marcas que apostam em matérias-primas naturais.

Para muitos, é o “regresso às origens”, para outros a face visível de uma filosofia de vida em que o homem deve ser encarado como um “todo”, em que não é possível tratar do corpo sem cuidar da alma. Indiscutivelmente, uma visão holística do mundo, a que a dermatologia não escapa.

A psicocosmética é uma evidência, tal como a “Cosmética ecológica”, “natural”, “bio” ou “ecológica” – 4 designações para um produto equiparado. Mas afinal o que é um produto “bio”?

A legislação comunitária define-o de uma forma clara – “um produto para ser considerado “bio” tem de ter uma percentagem de 90 a 100 por cento de ingredientes de origem vegetal orgânica e as suas fórmulas não podem integrar álcool ou químicos”.

Para além disso, a qualidade das matérias-primas têm de ser certificadas por organismos competentes. Em Portugal, a certificação é feita pelo Ministério da Agricultura.

Diferenças entre bio e natural

Bio:
- Não modificado
- Sem químicos
- Sem pesticidas

Natural:
- Extraído da natureza
- Associado a alguns químicos
- Bruto

Princípios comuns às marcas certificadas

Ingredientes autorizados:
- Conter matérias-primas naturais
- Privilegiar as matérias naturais extraídas de agricultura biológica
- Utilizar em baixa dosagem conservantes sintéticos

Ingredientes interditos:
- Corantes ou perfumes sintéticos
- Óleos minerais de origem animal
- Procedimentos que não respeitem o ambiente

Ficha técnica da consumidora bio
Segundo alguns dados recentemente publicados, a mulher que aposta nos produtos naturais e bio, sejam eles alimentares, cosméticos ou roupa, tem características especiais.

Idade compreendida entre os 30 e os 35 anos. Define-se como “urbana”. Tem uma licenciatura e aposta nos cursos de pós-graduação. Está atenta ao mundo que a rodeia e, em matéria de beleza, não tem medo de pedir conselhos a especialistas. Aposta na segurança e na qualidade dos produtos, pelo que o preço nem sempre é relevante. Procura transmitir/estender o seu estilo de vida à sua família e amigos.

Na Europa, o mundo natural seduziu cerca de 35% de mulheres; nos Estados Unidos, 44% e no Japão cerca de 29%. Em Portugal, a percentagem não é conhecida, se bem que se nota um aumento gradual de adeptas.

Texto: Maria Fernanda Diniz e Stela Martins
Edição: Patrícia Velez Filipe
Fotografia: Beboy - Fotolia.com