Os portugueses estão a recorrer mais à depilação para exibir um corpo sem pelos. É um facto! À semelhança das mulheres, muitos homens já recorrem à fotodepilação, talvez a utilização do laser mais conhecida. Mas as aplicações desta tecnologia não ficam por aqui. De acordo com os especialistas, o laser está a revelar excelentes resultados no campo da dermatologia.

Nas últimas décadas, conseguiu afirmar-se como uma técnica eficaz no tratamento de vários problemas de pele. No entanto, o laser não é suscetível de tratar todos os problemas dermatológicos. Por isso, os especialistas alertam para que muitas patologias médicas sejam descartadas antes de se iniciar qualquer tratamento estético, devendo ser previamente analisadas.

Sempre que tiver alguma dúvida acerca da sua pele consulte o seu dermatologista, que lhe deverá explicar o que fazer em cada situação. Com a ajuda do dermatologista Orlando Martins, a Ultimate Beauty diz-lhe, de seguida, quais são os tipos de laser mais indicados para problemas estéticos das mulheres que os homens também têm.

Fotodepilação

É, possivelmente, a utilização mais conhecida, dada a sua eficácia. É uma alternativa aos métodos depilatórios tradicionais, já que em cada sessão o pelo se torna mais fino e cresce mais lentamente, até desaparecer. O laser também melhora a foliculite crónica e os pelos encravados nas pernas e na barba, por exemplo. Os melhores resultados são obtidos em pacientes com pele clara e pelos escuros.

Quanto mais forte e escuro for o pelo, melhores resultados se obtêm. Os tipos de luz usados mais frequentemente são o IPL, Díodo e Alexandrite. Não precisam de anestesia. Nota-se uma sensação de calor local pontual que é diminuída pela aplicação de frio antes ou depois do tratamento por sistemas de refrigeração que os próprios lasers têm incorporados.

Nas zonas mais sensíveis, como as virilhas ou as axilas, pode, ocasionalmente, aplicar-se um creme anestésico uma ou duas horas antes do tratamento. As axilas, o procedimento mais procurado, requer uma média de quatro a seis sessões e custa, em média, cerca de 150 € por sessão. Alguns centros e clínicas fazem pacotes com preços pré-definidos para cada zona do corpo e com um determinado número de sessões previamente estipulado.

Veja na página seguinte: O que os homens podem fazer para combater as varizes

Varizes

Ao contrário do que muitos pensam, não são um exclusivo das mulheres. As aranhas vasculares, popularmente conhecidas como derrames, têm o aspeto de pequenos veios azulados ou avermelhados e são vasos de pequeno calibre que, ao dilatar, aumentam a sua tonalidade e tornam-se visíveis. As reticulares (médias) e tronculares (maiores e mais grossas) são mais dilatadas.

Este problema faz com que o fluxo sanguíneo adote um trajeto tortuoso, criando pequenos altos que podem ser vistos externamente e, ocasionalmente, doloroso, que está na origem de uma patologia chamada insuficiência venosa crónica. Não só aparecem com a idade, como têm muito a ver com fatores hereditários e hormonais.

Com a introdução da tecnologia laser, a luz é seletivamente absorvida pelos vasos sanguíneos da lesão vascular, produzindo um intenso mas suave impacto de luz laser na pele. Durante o processo natural de cura, o organismo reabsorve os vasos danificados pelo laser. O de tipo vascular ou Nd-YAG, utilizado para as tratar, tem a habilidade de incidir seletivamente sobre os vasos sanguíneos da lesão vascular.

E fá-lo sem afetar de forma adversa os tecidos e estruturas adjacentes. Este tipo de tratamento custa, em média, cerca de 200 € por sessão. O número de sessões é variável mas é necessário fazer manutenção, uma vez que as varicosidades vão reaparecendo ao longo dos anos.

Rejuvenescimento facial

Nas últimas décadas, o número de homens a procurar ajuda especializada para rejuvenescer aumentou. Na opinião de Orlando Martins, pode fazer-se rejuvenescimento facial com laser CO2, Erbium-YAG, ou até com IPL e peelings. O fotorejuvenescimento facial é um tratamento que recorre ao laser, projetando uma série de pulsos suaves de luz sobre a pele.

Trata-se de um método não cirúrgico para rejuvenescer e melhorar a pele sem período de convalescença e com efeitos secundários mínimos. Utiliza-se, sobretudo, em casos de danos cutâneos. Os tratamentos reduzem as rugas finas, sardas e pigmentação anormal da pele. Também é usado para combater imperfeições, dilatação dos poros e outras alterações na pigmentação cutânea.

Alguns homens já o usam para tratar situações de pigmentação irregular (melasma), promovendo um tom de pele homogéneo. Além disso, combate a rosácea, reduzindo o rubor, além da irritação e dos vasos capilares dilatados. Depois do primeiro tratamento, a pele fica suave e com um tom homogéneo.

As mudanças vão sendo notadas progressivamente, com o avançar das sessões. Consoante a dimensão das rugas, podem bastar três ou quatro sessões, com um intervalo de um mês entre sessões. O custo de cada sessão ronda, em média, os 200 €.

Veja na página seguinte: O problema das manchas solares

Manchas solares

Muitas horas a apanhar sol dão nisso e, geralmente, eles, ao contrário delas, são menos cuidadosos. As manchas ou lentigos solares que aparecem no rosto e nas costas das mãos são uma resposta ao envelhecimento precoce da pele. Estas manchas castanhas superficiais são produzidas por uma aumento da melanina depositada nas camadas mais superficiais da pele juntamente com pequenas alterações da epiderme.

Não devem ser confundidas com os nevos melanocíticos ou sinais nem com os melanomas. Às vezes é necessário realizar uma biopsia cutânea para estabelecer um diagnóstico correto. De acordo com Orlando Martins, dermatologista, «para os lentigos solares, os melhores resultados estéticos e com menos riscos pigmentares posteriores (manchas brancas ou mais escuras do que a pele) obtêm-se com a utilização dos lasers de CO2 ou Erbium-YAG».

Este tipo de tratamento custa, em média, a partir 200 € por sessão (valor variável de clínica para clínica), sendo que, em princípio, basta uma sessão para tratar o problema. Um estudo da American Osteopathic Association, divulgado em fevereiro de 2017, alerta para o facto das pessoas com peles mais escuras terem tendência a desvalorizar a proteção solar devido a «um falso sentimento de invencibilidade», o que agrava o problema.

Texto: Madalena Alçada Baptista e Luis Batista Gonçalves (edição digital) com Orlando Martins (dermatologista)