Tal como as mulheres, também muitos homens recorrem a este procedimento cirúrgico. A abdominoplastia é sempre realizada sob o efeito de anestesia geral. Por isso, o paciente estará a dormir durante a cirurgia. No entanto, em alguns casos, como por exemplo, na mini-abdominoplastia, pode recorrer-se a uma sedação menor. Apesar de estar acordado, o paciente não sentirá qualquer tipo de dor. Esta não é uma cirurgia dolorosa e tem a duração de, aproximadamente, duas horas.

É feita uma incisão longitudinal, com o mesmo posicionamento daquela que é realizada numa cesariana (o tamanho da incisão depende o grau de obesidade e de flacidez). E faz-se uma pequena incisão em redor do umbigo para poder separá-lo dos tecidos. Depois, procede-se ao deslocamento amplo da parede do abdómen. Assim, o cirurgião pode verificar minuciosamente a parede muscular e efetuar todas as correções necessárias.

Os músculos são esticados e unidos, de forma a proporcionar um abdómen firme. Nalguns casos, se necessário, torna-se a cintura mais estreita. A pele levantada é esticada em direcção à púbis e aquela que sobra é cortada. De seguida, reposiciona-se o umbigo. Para finalizar, são feitas as suturas necessárias e coloca-se um tubo de drenagem temporário para eliminar o excesso de fluidos que se podem acumular na zona. Toda a zona operada ficará vendada.

Abdominoplastia para casos excecionais

Em casos moderados de alteração da parede anterior do abdómen, poderá optar-se por uma mini-abdominoplastia em alternativa à abdominoplastia. A decisão é tomada pelo médico em conjunto com o doente, de forma seletiva. Apesar de ambas as intervenções consistirem em eliminar pele e gordura da parte baixa do abdómen, na mini-abdominoplastia, o deslocamento chega apenas ao nível do umbigo que permanece no lugar.

É uma cirurgia muito mais simples e resulta numa cicatriz menor. Na abdominoplastia tradicional, vai-se mais além, alterando também a posição do umbigo. No essencial, no que se refere à intervenção em si, não existem, no entanto, grandes diferenças entre o homem e a mulher no que se refere a este procedimento cirúrgico.

E depois da cirurgia?

Se tudo correr bem, o paciente fica internado um dia. Recomenda-se «descanso durante uma semana, período em que não pode conduzir. Depois desse tempo, o paciente pode começar a sair aos poucos e recuperar a sua vida social», revela Nuno Ramos. Através da colocação de uma cinta de suporte, vai-se restabelecendo do pós-operatório.

Eventualmente, podem surgir dores, que podem ser «minimizadas com anti-inflamatórios», sugere o especialista. Passadas quatro semanas, o paciente já está completamente restabelecido e apto a praticar exercício físico com normalidade. A zona operada poderá, contudo, estar mais sensível entre seis a doze meses.

Veja na página seguinte: Truques contra possíveis incómodos que possam surgir

Truques contra os incómodos

Se vai submeter-se a uma abdominoplastia, ser-lhe-á útil seguir estes conselhos após a intervenção:

- Se é fumador, suspenda o vício temporariamente

- Não coma abundantemente para não provocar aumento abdominal. É melhor procurar fazer cinco a seis refeições ligeiras ao longo do dia do que três mais pesadas

- Evite fazer esforços nas duas semanas seguintes ao pós-operatório

- Tenha cuidado com movimentos bruscos enquanto tiver os pontos. Mexa-se lentamente

- Recomece a sua vida social quanto antes e não se isole

- Não tome banhos de imersão. É preferível recorrer ao duche

- Não deve expor a cicatriz ao sol mas, se isso acontecer, deverá colocar um creme para proteger essa zona

A cicatriz pode ser disfarçada?

A temida cicatriz pode ser disfarçada. Após uma abdominoplastia, a cicatriz fica sempre visível, embora possa ser «disfarçada ou ocultada com o uso de bikini, no caso das mulheres», refere o especialista. Normalmente, é relativamente pequena. «No entanto, há cicatrizes menos estéticas que outras, pois tudo depende da de cada paciente e de fatores genéticos», acrescenta. Normalmente, este tipo de intervenção proporciona cicatrizes bonitas.

«Contudo, temos também casos, em que as características do paciente não permitem uma cicatrização esteticamente satisfatória», afirma Nuno Ramos. Deverá ter em conta que o seu cirurgião, devidamente especializado, fará todos os esforços para que a sua cicatriz seja o menos perceptível possível.

Daí a importância de informar o seu médico de todo o seu historial clínico, em particular se fuma ou toma algum tipo de medicação com regularidade, uma vez que esses factores alteram, em grande parte, a adequada cicatrização. Em todo caso, há que esperar de nove meses a um ano até que a cicatriz aparente o seu aspeto definitivo.

E os riscos?

Qualquer intervenção cirúrgica que implique anestesia geral tem os seus riscos. A cirurgia plástica e estética não é exceção, ainda que a percentagem de complicações seja reduzida. Aconselhe-se com o seu cirurgião e tire todas as dúvidas antes de se submeter à cirurgia. A maioria das complicações pode ser evitada se as intervenções forem realizadas em pacientes saudáveis e estes estejam preparados para o efeito, o que pressupõe um conhecimento profundo dos pacientes por parte do médico.

Os pacientes, por seu turno, devem ter em atenção todas as recomendações do cirurgião para evitar complicações futuras e estar conscientes dos cuidados a ter antes e depois da cirurgia (como suspender o tabaco, caso sejam fumadores). Algumas das complicações que podem ocorrer são as infeções, os hematomas, os seromas (formação de uma bolsa de líquido) e problemas relacionados com a anestesia.

No entanto, alguns destes problemas podem ser resolvidos ou atenuados com o recurso a antibióticos. Uma das complicações tardias da abdominoplastia está relacionada com a má cicatrização, que pode levar à necessidade de revisão cirúrgica da cicatriz. Mas nunca nos três meses seguintes...

Texto: Cláudia Pinto