"No total, 59 empresas/entidades portuguesas estarão presentes" neste salão que se realiza duas vezes por ano e que junta os setores dos têxteis, tecidos, fios, acessórios, malhas, couros e curtumes, de acordo com o comunicado enviado à Lusa da delegação em Paris da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

A apoiar a promoção das marcas portuguesas vão estar a Associação Têxtil de Vestuário de Portugal (ATP), que vai levar 32 empresas, e a Associação Portuguesa da Indústria de Curtumes (APIC), que vai representar quatro marcas.

"A Première Vision é uma das feiras de referência do setor têxtil à escala global praticamente para todos os que atuam neste setor. É daquelas feiras de plataforma em que obviamente não se pode de forma alguma falhar, seja como expositor, seja como visitante, para conhecer as grandes tendências quer do produto, quer de cores, materiais, etc", disse à Lusa Paulo Vaz, diretor-geral da ATP.

O responsável explicou que a expetativa é que a presença das empresas portuguesas "resulte em bons negócios" para seguir a tendência "bastante encorajadora" do setor têxtil em Portugal "claramente em contraciclo com a situação do comércio externo do país".

"O setor está a crescer na casa dos 5% em termos de exportações e se assim continuar - esperamos que seja essa a tendência até ao final deste ano - vamos atingir aquilo que era a meta que tínhamos previsto no nosso plano estratégico até ao fim da década. Se assim acontecer, vamos antecipar em quatro anos aquilo que era o objetivo de 2020 que era atingir e ultrapassar os cinco mil milhões de euros de exportações", descreveu.

A Associação Têxtil de Vestuário de Portugal apoia logisticamente as empresas através da Associação Seletiva Moda, o "braço armado [da ATP] para a organização de feiras e missões no exterior", tendo este ano tem previstas "cerca de 81 feiras em 35 países".

"Isto é muito importante para as PME. As grandes empresas têm recursos financeiros e humanos para responder a isto com alguma facilidade, mas o mesmo já não se passa ao nível das PME em que os recursos estão limitados. Além de que o sistema de incentivos COMPETE permite que essas empresas possam beneficiar entre 40 a 45 por cento de subvenção em determinados itens", concluiu.

A Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC) vai voltar a estar presente no salão mas com "uma participação mais reduzida do que é habitual" devido a "anos mais fracos de atividade, ligados à conjuntura de caráter mundial" e também porque "a própria feira perdeu um bocadinho da força que tinha vindo a ter em edições anteriores", disse à Lusa Gonçalo Santos, secretário-geral da APIC.

O responsável indicou que a expectativa das quatro empresas representadas pela associação "é ter um bom feedback dos artigos que vão lançar na feira", esclarecendo que são marcas que "já realizam participações na Première Vision há bastantes anos e que estão a dar continuidade a uma presença na feira e nos mercados".

Quanto ao setor de curtumes em Portugal, Gonçalo Santos indicou que a produção para o setor automóvel "agora está com bastante pujança", depois das dificuldades após a crise financeira de 2008, mas que há "quebras ao nível da produção de peles para calçado, para malas e acessórios e também uma quebra significativa nas peles para vestuário".

"Nestes últimos dois anos tem havido um arrefecimento notório da economia mundial. Existem vários conflitos em termos de guerras que perturbam o normal consumo dos produtos. Os mercados em Angola e na China quebraram, assim como no Brasil. Nós trabalhamos com marcas de luxo em termos internacionais e essas marcas que são os nossos clientes registaram quebras nas vendas", explicou.