Cores fluorescentes, estampados psicadélicos e outras estampados que remetiam às longas festas das discotecas britânicas de há trinta anos atrás foram os recursos usados pela Topman para se entregar a uma das principais tendências dos estilistas: reinterpretar outras épocas.

Esta marca, com 300 lojas nas ruas principais do Reino Unido, construiu um cenário adequado para o tema que homenageou: uma grande sala escura, com um look semelhante aos armazéns Selfridges, o templo do consumo de luxo em pleno coração da capital britânica.

"As peças têm muita influência no mundo dos clubes noturnos e pubs e são cheias de estampados artesanais", explicou Topman na apresentação do desfile que contou com um ambiente "rave", música eletrónica, colunas de cimento e esculturas em forma de tubos metálicos.

As modelos apareceram com os cabelos sujos e desalinhados e o rosto oleoso, "dando a impressão de alguém que trabalha ao ar livre durante o dia e vai para as discotecas dançar a noite", acrescentou Topman.

A revista de moda GQ avaliou positivamente o desfile de Topman: "com esta coleção super divertida, jovem (...), a Topman Design mostra mais uma vez porque é a marca favorita de tantos 'millennials'", como é conhecida a geração nascida entre os anos 1980 e 2000.

Fashion week sob o espectro do Brexit

Até segunda-feira, a Semana de Moda vai apresentar 50 desfiles e de novo fica a dúvida de como a saída da  União Europeia irá afetar um setor britânico que, forma unânime, que era contra a saída.

Segundo dados fornecidos à agência France-Presse pelo gabinete de análise económica Mintel, o mercado da moda masculina cresceu 4,1% em 2015, atingindo 16,4 mil milhões de euros. Em 2016, o ano em que os britânicos decidiram que o país ia abandonar a União Europeia, o crescimento foi superior, de 4,4%, até 17,1 mil milhões de euros.

"Embora a decisão do Brexit tenha tido um grande impacto político, os fatores que impactam o mercado da moda não são resultado direto de deixar a UE", explicou Mintel.

"No entanto, a médio prazo o setor sentirá o golpe" e 2017 "poderia ser mais difícil", acrescentou o gabinete, lembrando que a forte desvalorização da libra encarecerá todas as importações e consequentemente, os preços de venda ao público, debilitando o poder aquisitivo dos clientes.

Depois de Londres, a Fashion Week masculina seguirá para Milão e depois para Paris e Nova Iorque.