12 de fevereiro de 1947 marcou o início da epopeia moderna do luxo e do bom gosto de uma das mais importantes marcas da alta-costura da atualidade.

Das marcas de luxo que preenchem hoje as principais avenidas do mundo, a Dior é uma das mais recentes quando comparadas com outras (a Hermès surgiu em 1837, a Chanel em 1909 e a Prada em 1913). Desde então tem sido referência de estilo e de bom gosto, mas também dos padrões de beleza femininos.

O relógio marcava as 10h e 30 minutos quandoChristian Dior, então com 42 anos - algo inimaginável para os dias que correm -, apresentava à imprensa a coleção que ficou recordada como um “New Look!”, descrição feita pela diretora da Harper’s Bazaar da altura, Carmel Snow. A partir desse dia permaneceu no imaginário dos apaixonados por moda.

Christian Dior ficou a comandar a marca durante uma década. O seu afastamento só aconteceu devido ao ataque cardíaco que sofreu em Itália, que lhe tirou a vida. Mas apesar de ter sido apenas 10 anos a figura máxima da marca, a presença de Christian não foi apagada pelos diretores criativos que se sucederam e que, de uma forma ou de outra, acabam sempre por homenagear o seu criador.

Pela Dior já passaram sete diretores criativos. Yves Saint Laurent, o primeiro e um dos mais conhecidos e que acabou por dar nome a uma marca de moda mundialmente relevante, chegou à Dior em 1955 pelas mãos do próprio Christian Dior e foi aprendiz do mestre até assumir o controlo criativo da marca após a sua morte. Lá ficou apenas três anos.

Quem se seguiu foi Marc Bohan, que abandonou a Dior ao fim de quase três décadas e foi um das principais figuras que marcou da melhor forma a percepção que hoje o público tem da marca.

De longe, John Galliano foi o mais polémico, com um estilo pessoal característico. Envolto numa numa perseguição mediática depois de ter proferido comentários xenófobos, foi afastado da Dior após 14 anos.

A partir desse momento, a Dior entrou numa procura incessante para encontrar um diretor criativo substituto, até encontrar Bill Gaytten, que ficou menos de um ano nos comandos da direção criativa da marca.

Raf Simmons ocupou o cargo em 2012 e a sua estadia na Dior durou apenas três anos, com sucessivos conflitos com a empresa-mãe – a LVMH – e que podem ser vistos no documentário ‘Dior & I’. Simmons tinha intenções de inaugurar uma nova era da Dior, o que acabou por não acontecer até à sua saída em 2015.

Hoje é Maria Grazia Chiuri a diretora criativa da marca, a primeira mulher a assumir o cargo na Dior e uma das raras exceções numa indústria onde os homens são a maioria.

Texto: João Miguel Silva