As roupas para homens e mulheres fundiram-se: desde os casacos cuidadosamente construídos às calças e tops em chiffon para "rapazes e raparigas jovens que têm uma atitude muito forte", resumiu Luo à Agência France-Presse (AFP) nos bastidores do seu desfile.

Esbatendo as fronteiras entre o masculino e o feminino, Luo fez desfilar pela passerelle homens com vestidos conjugados com calças, e mulheres com fatos masculinos. Também mostrou camisas e sweats com capuz, assim como casacos de dois tons com um corte perfeito.

"Realmente gosto muito do estilo unissexo", explicou Luo, que lançou a sua própria marca em 2014, após estudar Design de Moda durante dois anos em Nova Iorque, para onde se mudou após sair da China com 16 anos.

"Assexuado significa que não há fronteiras", disse. Foi um desfile onde predominaram os tons terra, o preto, o verde e o cinza com fortes pinceladas de azul e vermelho.

E para dissipar as dúvidas sobre a mensagem da sua coleção, palavras e frases como "assexuado", "não estou interessado em sexo" e "não tenho qualidades sexuais" foram estampadas em letras maiúsculas nas mangas das pelas, aderindo à tendência desta temporada: palavras nas passarelles.

Para além disto, é uma roupa para o dia a dia, com vestidos e casacos confeccionados em tecidos com riscas verticais, camisas desportivas em verde, tweed, argolas gigantes e botas enfeitadas.

À semelhança do desfile de Alexander Wang, estrela da Semana de Moda de Nova Iorque e outro fã do look andrógeno, os modelos de Luo usaram delineador marcado, bem ao estilo gótico.

O estilista também produziu uma mini coleção à parte em colaboração com a empresa chinesa de tecnologia Lenovo, usando PVC preto com luzes de LED incorporadas que formavam o nome da marca enquanto os modelos caminhavam numa passarelle completamente às escuras.

Na mais recente junção entre moda e tecnologia, o designer explicou que cada pessoa pode escrever o que quiser nas peças através de uma aplicação de telemóvel.