Nas últimas décadas, muitos cirurgiões plásticos começaram a usar gordura dos próprios pacientes em tratamentos de rejuvenescimento. Samuel M. Lam, cirurgião plástico norte-americano, autor do livro «Complementary fat grafting», publicado nos EUA pela editora Lippincott, vem agora a público defender uma nova abordagem. O especialista aproveitou ontem a presença no encontro 2017 Vegas Cosmetic Surgery and Aesthetic Dermatology para o fazer.

Em Las Vegas, o médico de The Plano, no Texas, especializado em procedimentos estéticos faciais, explicou que, para que a técnica que desenvolveu seja bem sucedida, é preciso, em primeiro lugar, evitar a zona da bochecha interior. Esse é um passo essencial para evitar um aspeto demasiado artificial. O segundo passo passa por preencher a pálpebra inferior na perpendicular, libertando o septo orbital.

«Desta forma, evitam-se possíveis complicações», assegura fonte próxima do especialista. O terceiro truque exige que o cirurgião plástico modere o enchimento da gordura. «Deve seguir a prescrição estipulada para conseguir um efeito de volume que não seja exagerado», adverte a mesma fonte. «As coisas nem sempre correm bem mas há formas de evitar problemas na transferência de gordura», afirma Samuel M. Lam.

«A gordura é uma substância bioativa que tem um grau de absorção variável. Se o cirurgião não tiver em conta um [possível] aumento de peso futuro, a pessoa pode ficar com bom aspeto agora e depois ficar com um aspeto pior à medida que o tempo for passando», alerta o especialista, que defende que é preferível ir injetando menores quantidades de gordura no rosto regularmente do que exagerar numa intervenção única.

Texto: Luis Batista Gonçalves