As pessoas não são todas iguais e as rugas também não. Por isso, existem inúmeros tratamentos para que cada pessoa possa combater os sinais da idade da forma que mais desejar e que melhor se adapta ao seu caso. Descubra as substâncias mais utilizadas em cada um deles.

Saiba, no entanto, que existem basicamente três tipos de rugas, as dinâmicas, as finas e as incrustadas.

As rugas dinâmicas, ou de expressão, são os pés de galinha, os vincos da testa e as rugas dos lábios provocadas pelo acto de sorrir, franzir o rosto e fumar. Alguns tratamentos dermatológicos melhoram a condição da pele mas apenas temporariamente, uma vez que você irá continuar a fazer as expressões faciais que as provocam.

As rugas finas são visíveis em peles muito secas, geralmente nas maçãs do rosto, e como são superficiais a sua remoção é relativamente fácil através de tratamentos mais simples como o recurso a cosméticos. As rugas incrustadas vão desde o canto das asas do nariz até ao queixo e parecem grandes parêntesis à volta da boca.

Desenvolvem-se no sulco nasolabial, devido à flacidez das maçãs do rosto, e a única forma de tratar é levantando a pele descaída através de cirurgia. Tome nota das propostas da cosmética para lidar com estas habitantes da sua pele.

CLA (Ácido Linoleico Conjugado)
Ácido gordo polinsaturado, mais conhecido pela sua eficácia no controlo do peso, recentemente aplicado à cosmética. Esta substância anti-rugas trabalha nas camadas mais profundas da epiderme e acelera o processo de renovação celular.

DMAE (Dimetilaminoetanol)
Substância presente em peixes de água fria e alguns vegetais utilizada em cosméticos anti-idade. «Faz a síntese da acetilcolina (uma substância produzida pela nossa pele e que contribui para a contracção muscular, mas cuja produção vai diminuindo à medida que a idade avança), aumenta a sua concentração na junção neuromuscular e dá uma aparência mais firme. Tem um grande poder de antioxidação porque se espalha na membrana da célula, evitando que esta seja atacada», explica Fernando Guerra, dermatologista.

Colagénio
Fibra produzida pelos fibroblastos (as células da derme), que forma a infraestrutura da pele e lhe dá sustentabilidade. Alguns cosméticos incluem-no na sua composição, outros são formulados de forma a estimular a sua produção. É o caso das fórmulas ricas em vitamina C ou à base de colagénio marinho, presentes em cremes de rosto e bálsamos labiais.

Ácido hialurónico
Polissacárido natural, presente na pele mas que diminui à medida que envelhecemos, levando à perda de firmeza. Actua como uma esponja molecular, captando e conservando a água até mil vezes o seu próprio peso preenchendo as rugas. Está presente na cosmética sob a forma de microesferas e, numa versão sintética e injectável, é utilizado nos consultórios dos dermatologistas.

Retinol (vitamina A)
É a vitamina A no seu estado mais puro e activo. A sua reduzida estrutura molecular permite penetrar as camadas superficiais da pele e reparar o interior onde se encontra o colagénio e a elastina. Um estudo levado a cabo por cientistas do Michigan University Medical School, nos Estados Unidos, refere que os cremes à base de vitamina A ajudam a reduzir os sinais de envelhecimento da pele.

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Péptidos
Pequenos fragmentos de proteína, compostos por cadeias de aminoácidos, que se encontram de forma natural no organismo e desempenham um papel essencial no processo de cicatrização de feridas.

Quando utilizados em cosmética estimulam os processos naturais de regeneração da pele, ajudando a melhorar visivelmente os sinais iniciais de envelhecimento.

Ácido ascórbico (vitamina C)
Vitamina de referência na luta contra o envelhecimento cutâneo actuando na formação de colagénio.

«É uma substância de difícil absorção pela pele e com um efeito ácido, mas cuja eficácia é possível graças ao éster de vitamina C (junção de ácido gordo à vitamina), que tem as mesmas funções e é menos agressivo», explica Fernando Guerra.

Ácido alfalipóico
Composto natural presente no interior das células, que age também no seu exterior, «formando uma massa reparadora que permite unir diferentes fissuras, atacar as zonas inflamadas e estimular o sistema imunitário. É um dos mais importantes antioxidantes e em quantidades mais elevadas, exerce uma protecção adicional contra os radicais livres e potencia a acção de outros antioxidantes», explica o dermatologista.

Ubiquinona Q10 (coenzima Q10)
Está presente numa estrutura interna das células (mitocôndria) e estimula o mecanismo natural de reparação das camadas mais profundas da pele, melhorando a sua elasticidade. «Tem de ser fornecida ao organismo externamente, sendo que está também presente em carne de aves, vaca e porco, ovos e peixes gordos», refere Fernando Guerra.

Hidroxiácidos
Dividem-se em alfahidroxiácidos, betahidroxiácidos e polihidroxiácidos. Todos eles são versões sintécticas de ácidos derivados de açúcares presentes na fruta. «Tanto os alfa como os betahidroxiácidos têm grandes capacidades de alisamento das camadas superficiais da pele, redução das manchas pigmentadas e no aumento da produção de colagénio», afirma o especialista.

Ácido glicólico
Alfahidroxiácido com poder descamativo, muito utilizado em rejuvenescimentos faciais e no tratamento de cicatrizes. No entanto, porque a aplicação tópica de alfahidroxiácidos pode aumentar a susceptibilidade da pele às queimaduras solares, a FDA recomenda o uso de protector solar durante o uso destas substâncias e até uma semana após o final do tratamento.

L-carnitina
«Aminoácido que contribui para o combate ao envelhecimento cutâneo, uma vez que apresenta propriedades esfoliantes, acelerando a renovação da epiderme e diminuindo o tempo de renovação das células aí existentes», elucida Fernando Guerra.

Selénio
Pequeno elemento essencial à actividade da glutationa-peroxidase, uma enzima antioxidante. «Estimula o crescimento das células que sintetizam o colagénio e os fibroblastos. Fortalece a função das mitocôndrias, as centrais de energia que existem no interior das células e permitem uma melhor regeneração dos músculos», diz.

Texto: Vanda Oliveira com Andrew Jacomo (cirurgião plástico), Christine Hamori (cirurgiã plástica),
Fernando Guerra (dermatologista), Joaquim Seixas Martins (cirurgião plástico), Kenneth Mark (dermatologista) e Marina Peredo (dermatologista)