A origem da flacidez, que é muitas vezes confundida com falsos pneus, é a distensão repetida da pele numa zona concreta. Esta distensão pode ser provocada por causas externas (uma gravidez ou uma dieta agressiva, por exemplo) ou internas, derivadas do próprio envelhecimento cutâneo, que se traduz numa perda de elasticidade causadas pela menor produção de colagénio e elastina. Muitas mulheres acham que as pregas que se formam no estômago ou nas coxas são excesso de gordura.

Mas, na verdade, trata-se apenas do descaimento da pele. Até agora, a medicina estética tratou a flacidez corporal com carboxiterapia, radiofrequência e outras técnicas que obtêm muito bons resultados em algumas pacientes mas um pouco decepcionantes noutras. Agora existe uma nova arma que se vem juntar ao arsenal antiflacidez dos tratamentos estéticos. Trata-se do ácido poliláctico, que é comercializado sob o nome Sculptra e que já obteve excelentes resultados no tratamento da flacidez facial.

O que é o ácido poliláctico?

O ácido polilático é uma substância cem por cento biocompatível e biodegradável que já é usada há alguns anos em cirurgia como sutura de pontos internos, pois, graças à sua composição, propicia a regeneração dos mesmos tecidos que sutura. No campo da medicina estética, veio a revelar-se um material de preenchimento muito especial, porque estimula a criação de colagénio e elastina, como demonstram vários estudos clínicos. Para além disso, o ácido poliláctico estimula a proliferação de fibroblastos, as células estruturais básicas da derme. Desde há algum tempo que tem sido utilizado como material de rejuvenescimento facial para dissimular rugas e depressões na pele.

Como funciona no seu corpo

Essencialmente, ao aplicarem-lhe o ácido poliláctico forma-se uma espécie de malha de sustentação capaz de contrariar o descaimento de zonas tão críticas como a parte interna dos braços e coxas, até à data, zonas muito difíceis de tratar e que não respondiam bem a outras técnicas. O ácido poliláctico também é adequado para tratar zonas onde, para além de flacidez, existem rugas muito marcadas, tal como acontece nas costas das mãos ou no decote. Até agora, a zona onde o ácido polilático tem obtido melhores resultados é o abdómen, onde o alisamento conseguido é significativo.

Como se processa o tratamento

Na primeira consulta, de acordo com o cirurgião plástico João Anacleto, o médico examina a sua pele exaustivamente para verificar se reúne as características adequadas e ver se tem condições para responder ao tratamento satisfatoriamente. Cada pessoa é um mundo e, por isso, é importante personalizar os tratamentos ao máximo. Chegado o dia do tratamento, primeiro a pele é desmaquilhada e limpa (mesmo que não use maquilhagem) e é aplicada uma anestesia em creme (tópica). Depois é necessário esperar entre 20 a 30 minutos para que atue.

De seguida, retiram-lhe o creme anestésico passado o tempo de pose, que pode prolongar-se mais alguns minutos se não sentir a cara dormente, uma sensação de formigueiro muito peculiar. Depois, o médico infiltra o ácido polilático seguindo um preciso mapa de aplicação que forme uma malha de sustentação em toda a zona a tratar para conseguir o efeito tensor desejado.

Veja na página seguinte: A fase final do procedimento

A fase final do procedimento

Posteriormente, receberá uma massagem intensa que é essencial para optimizar os resultados do tratamento. Terá de realizar esta massagem em casa a si mesma durante uma semana, seguindo as instruções do especialista. Fazê-lo é imprescindível para que o produto se distribua de forma satisfatória. Sem contar com o tempo da anestesia, o tratamento dura cerca de 30 minutos e, depois da sessão, poderá retomar a sua rotina diária sem nenhum inconveniente. O procedimento pode ser enriquecido com outras opções que melhorem os resultados.

Por exemplo, pode ser combinado com injeções de ácido hialurónico (de efeito hidratante e de preenchimento adicional) e vitaminas, que melhoram a qualidade da pele da paciente. Com este tipo de combinações conseguem-se resultados muito satisfatórios, por exemplo, em decotes que apresentam uma atrofia da pele considerável.

Texto: Madalena Alçada Baptista com João Anacleto (cirurgião plástico)