A colocação de implantes em carga imediata/função imediata é uma prática frequente desde a década de 1980, sendo validada por inúmeros estudos clínicos que atestam a sua segurança e previsibilidade de resultados. Esta técnica consiste na colocação de coroas provisórias em acrílico, fixas aos implantes. Assim, no mesmo dia da cirurgia, são colocados dentes fixos. Esse procedimento devolve de imediato ao paciente o conforto, a estética e a função.

Trata-se de um método passível de ser utilizado tanto em casos de desdentações totais ou parciais, como na ausência de apenas um dente. Terminada a fase de osteointegração dos implantes e após a cicatrização dos tecidos, são depois feitos e desenvolvidos novos moldes e as coroas provisórias em acrílico são substituídas por coroas definitivas, em materiais de elevada estética e resistência.

Apesar das vantagens evidentes associadas a este procedimento, nem todos os pacientes são candidatos à colocação de implantes em carga imediata. A opção por esta técnica deverá ser sempre precedida de um criterioso exame clínico e radiográfico, onde serão avaliadas as condições de cada paciente, nomeadamente no que concerne à quantidade e qualidade óssea.

Para a colocação de implantes em carga imediata, frequentemente é necessário aguardar um período de tempo após a perda dentária para permitir a cicatrização do osso e gengiva. O número de implantes não é, contudo, necessariamente igual ao número de dentes a substituir. A reabilitação de vários dentes ausentes pode ser feita com um número mínimo de implantes que assegure um bom resultado estético e funcional.

A polémica que a substituição de dentes tem gerado

Na reabilitação do desdentado total, com substituição de todos os dentes, o número de implantes é uma questão bastante controversa. A opção de colocar quatro, seis ou oito implantes está diretamente relacionada com diversos fatores, dos quais de destacam a quantidade e qualidade do osso. Apesar de alguns clínicos defenderem a colocação indiscriminada de quatro implantes para a reabilitação dos maxilares, esse número poderá ser insuficiente.

E deverá ser apenas utilizado em algumas situações. Se, no maxilar inferior, constituído por osso de boa qualidade, quatro implantes são geralmente suficientes, no maxilar superior (em que a qualidade óssea é inferior), quatro implantes deverão ser vistos como uma solução a usar apenas em situações de compromisso, pelo que é imperativo perceber a especificidade de cada paciente.

Porque em medicina, mesmo na estética, cada caso é um caso, apenas com um rigoroso diagnóstico clínico e radiográfico, poderá ser determinado o tipo de reabilitação e o número de implantes a ser colocado. Em caso de dúvida, nada melhor do que consultar um profissional especializado que recomendará a melhor opção para solucionar o problema, orientando o paciente para a melhor opção.

Veja na página seguinte: Os procedimentos disponíveis no mercado

Os procedimentos disponíveis no mercado:

- Cirurgia minimamente invasiva

Em casos onde a quantidade e qualidade óssea é favorável, a colocação de implantes pode ser realizada com o recurso a uma técnica de cirurgia minimamente invasiva. Trata-se de um procedimento cirúrgico que requer elevada experiência por parte do cirurgião. Para atingir os objetivos propostos, é aberta uma pequena janela na gengiva, através da qual se colocam os implantes dentários.

Muito usada em Portugal ao longo das últimas décadas, esta é uma técnica simples e rápida, sem a necessidade de suturas, e que proporciona ao paciente um pós-operatório muito confortável, tornando imperceptível a cirurgia realizada.

- Enxertos ósseos

Após uma extração dentária, tem início um processo de reabsorção do osso alveolar (que suporta os dentes). Nos primeiros seis meses é possível perder até 40% do volume total de osso, sendo que este processo continua ao longo dos anos numa intensidade que varia de pessoa para pessoa. Nalguns casos, esta reabsorção é tão acentuada que é necessário o recurso a técnicas cirúrgicas que estimulem a formação óssea de forma a viabilizar a colocação de implantes.

Tradicionalmente, estes enxertos obrigavam a cirurgias muito invasivas para colheitas de osso proveniente de outras regiões do corpo. No entanto, a evolução científica permite que, atualmente, a resolução destes casos seja feita recorrendo a procedimentos realizados sem anestesia geral, utilizando osso colhido localmente ou materiais sintéticos que estimulam a produção de osso humano.

- Regeneração de tecidos

Após a perda dentária, ocorre uma reabsorção dos tecidos de suporte, nomeadamente do osso e da gengiva. Atualmente, mesmo nos casos em que essa perda é substancial, as técnicas disponíveis no Instituto de Implantologia permitem restituir a anatomia perdida. A recuperação de osso perdido pode ser conseguida através de técnicas cirúrgicas de regeneração óssea guiada.

Nesta técnica, é colocado um material que induz o crescimento do osso e uma membrana de colagéneo que o separa dos restantes tecidos, permitindo que estes se voltem a formar individualmente. A recuperação da gengiva também é possível através de técnicas de regeneração guiada que permitem a formação de tecidos onde não existiam, recuperando a gengiva perdida.

Veja na página seguinte: Elevação do seio maxilar

- Elevação do seio maxilar

Alguns pacientes não apresentam estrutura óssea em quantidade e qualidade suficientes para a colocação de implantes, o que obriga os profissionais da área a ponderar outras soluções para o problema. No maxilar superior, a reabsorção causada pela perda dentária é agravada pelo aumento de volume do seio maxilar. Nestas situações, a colocação de implantes pode ser viabilizada através da elevação do seio maxilar.

Trata-se de uma técnica cirúrgica simples que consiste na colocação de uma matriz óssea sob a mucosa do seio, com o intuito de promover a formação de osso onde este não existe. É um procedimento de rotina com um alto índice de previsibilidade e sucesso clínico.

- Implantes zigomáticos

Em pacientes com grandes atrofias ósseas (maxilares sem altura e/ou largura suficiente para realização de implantes devido à perda óssea) poderão ser realizados implantes zigomáticos. Trata-se de uma técnica avançada, desenvolvida na Suécia, que constitui uma alternativa no tratamento de pacientes com atrofia óssea severa, evitando recorrer a enxertos ósseos de outras regiões do corpo.

Os implantes zigomáticos, também muito utilizados em Portugal nos últimos anos, são implantes que se diferenciam dos convencionais pela sua fixação ao corpo do osso zigomático e por apresentarem diferentes características tais como tamanho, diâmetro e angulações específicas.

A utilização desta técnica constitui uma excelente alternativa no tratamento de pacientes desdentados e com pouca massa óssea na região maxilar. Para os pacientes, representa uma esperança no tratamento, possibilitando a confeção de uma prótese fixa superior, substituindo as próteses totais removíveis, no próprio dia da cirurgia.

- Implantes em cerâmica

Há mais de 30 anos que os implantes são fabricados em titânio puro, um metal altamente biocompatível e que permite elevados índices de osteointegração. Atualmente, estão a ser concebidos implantes em cerâmica pura, que permitem resultados estéticos muito próximo da perfeição, com uma osteointegração e biocompatibilidade superiores ao titânio.