Gostava de ter a boca da Angelina Jolie. E, já agora, também quero o ex-marido, Brad Pitt, estará certamente a pensar! De acordo com a atriz de Hollywood, os seus lábios, verdadeiros, devem-se unicamente à benevolência da mãe natureza. Mas, se a genética não foi tão generosa consigo, não se preocupe. Com as novas técnicas disponíveis e respeitando sempre a harmonia do seu rosto, pode conseguir uns lábios muito sedutores.

São muitas as mulheres que, durante o boom dos anos noventa, cometeram barbaridades para ter uma boca voluptuosa e sensual. Explicamos-lhe, de seguida, as mudanças que as técnicas de aumento de volume sofreram nos últimos anos. Os lábios não têm folículos pilosos nem glândulas sebáceas ou sudoríparas. Também não têm melanócitos que assegurem a sua protecção contra o sol.

Para além disso, na boca não há hipoderme, a camada gordurosa que protege a pele das agressões externas e que tem uma função termo-reguladora. Isto torna-os especialmente vulneráveis à degradação causada pelos radicais livres e pelos choques térmicos. Por todos estes fatores, os lábios podem envelhecer muito mais rapidamente do que o resto do rosto. Com a passagem do tempo, perdem a sua definição e cor, e tornam-se mais finos.

Os tratamentos a que pode recorrer

Com o avançar dos anos, começam também a revelar rugas peribucais ou o temido código de barras. Apesar dos aumentos de lábios com silicone ou colagénio terem caído em desuso, continua a dar-se volume, agora com outras substâncias de preenchimento, bem como a corrigir-se o contorno dos lábios e a marcar-se o arco de cupido. Também continuam a fazer-se esfoliações da pele com laser ou produtos químicos e injeções de botox.

Na verdade, atualmente, não existe um só tratamento para todos os lábios. Cada pessoa deve escolher um que se adeqúe ao que pretende e, para isso, combinam-se vários produtos e técnicas. Escolha o tratamento mais adequado ao seu caso com a ajuda de um médico. Para combater o défice de volume, pode recorrer-se ao lipofilling, um preenchimento com gordura autóloga.

Outra solução passa pelo recurso a uma injeção subcutânea de substâncias ou material de preenchimento (ácido hialurónico), para dissimular e corrigir a falta de volume ou melhorar a projecção dos lábios, obtendo-se um aspeto estupendo de uma forma simples. Este é um procedimento estético a que muitas mulheres já se submeteram nos países mais desenvolvidos, incluindo celebridades.

Que materiais se utilizam?

Os materiais utilizados podem ser temporários ou definitivos, são biocompatíveis com o organismo e de consistência idêntica ao tecido em que são implantados, pelo que são quase imperceptíveis ao tato. São química e fisicamente estáveis no tempo, pelo que permitem obter um resultado natural. «No caso do lipofilling, o material utilizado é gordura autóloga, gordura da própria pessoa», explica-nos Pedro Valente, cirurgião plástico.

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Como se realiza o tratamento

Pode trabalhar-se o volume do lábio ou simplesmente contornar o rebordo e o arco de cupido, com resultados mais naturais. «O lipofilling é realizado em bloco operatório sob anestesia local com sedação. Geralmente, é preciso repetir o tratamento passados alguns meses para obter o efeito pretendido. No pós-operatório imediato podem surgir edemas e equimoses que se atenuam ao fim de uma semana», explica o cirurgião plástico.

Em relação à aplicação de ácido hialurónico, Pedro Valente refere que é um preenchimento feito em gabinete e cuja recuperação é imediata. Relativamente ao número de sessões necessárias, essas dependem da rapidez de absorção do produto. Os truques para um bom resultado são a proporção exacta do material a injectar, a experiência na sua aplicação e fazê-lo aos poucos, sem grandes aumentos de uma só vez.

O preço médio da intervenção

O lipofilling custa, em média, cerca de 1.000 euros. O tratamento com ácido hialurónico ronda os 400 euros.

A remoção do silicone

Na década de 1990, com o silicone e o colagénio como injetáveis, fizeram-se lábios muito bonitos, mas também muito feios ou deformados. O colagénio era reabsorvido e os lábios voltavam à normalidade, mas não acontecia o mesmo com o silicone que, com os anos, saía do lugar, deformando ainda mais o lábio. Os especialistas têm consciência das consequências de algumas intervenções realizadas no passado.

Os profissionais que aplicam esta técnica aconselham que todas as pessoas que tenham sofrido ou sofram de uma deformação nos lábios a corrijam, porque já se oferecem muito bons resultados nesta área. Existem pequenas intervenções que permitem corrigir lábios deformados com sucesso, removendo o silicone ou os outros produtos enquistados e devolvendo aos lábios o seu aspecto natural.

Texto: Madalena Alçada Baptista com Mario Testino para a St. John (fotografia)