Tanto nos dias de sol como de chuva,
a pele está exposta a radiações solares, o
que pode dar origem a manchas cutâneas que interferem com a sua beleza.


Estas devem-se sobretudo a alterações
na melanina, o pigmento que dá a cor à
nossa pele, e a maior parte localiza-se em
áreas expostas ao sol, como o rosto, decote,
antebraços e dorso das mãos.

Para que
possa prevenir e solucionar
esta situação, falámos com Marília Moreira
da Fonseca, dermatologista. Existem vários tipos de manchas mas,
como refere a especialista, «o caso mais frequente
é o pós-traumático, em que há uma
agressão na pele, que depois cicatriza com
hiperpigmentação geralmente transitória».

O melasma deve-se essencialmente a alterações
hormonais, que ocorrem por exemplo
durante a gravidez ou devido à toma da
pílula contraceptiva. As sardas são hereditárias
e comuns em pessoas com um tom
de pele mais claro. De aspecto semelhante,
podem surgir com o passar do tempo lentigos
solares, devido ao efeito cumulativo
das radiações solares.

As melhores formas de prevenir

No que respeita a medidas de prevenção,
Marília Moreira da Fonseca é peremptória. «O protector solar é a mais importante
independentemente da origem das
manchas», sublinha. Mesmo no Inverno a protecção
solar não deve ser esquecida. Em alternativa,
existem também cosméticos com filtro
solar de 15 e 30, considerados pela especialista
«boas opções no dia-a-dia».

Quando está sol, a especialista aconselha
«evitar cremes com agentes de peeling
ou esfoliantes, porque a pele fica muito
sensível» e em risco de hiperpigmentar.
Embora possam trazer benefícios, estas
fórmulas específicas devem apenas ser usadas
em alturas sem exposição solar ou com
medidas de protecção suplementares.

Como tratar

Em casa, uma solução para este problema
pode estar no uso de produtos despigmentantes.
Contudo, a sua eficácia
depende de «um bom diagnóstico
e uma boa adesão ao tratamento», ressalva
a dermatologista. Em consultório,
as opções de tratamento podem incluir
as máscaras ou peelings que «são eficazes
para manchas mais localizadas, como
o melasma» (embora tenham períodos
de recuperação distintos), o laser e a
luz pulsada.

O laser fraccionado é «mais
indicado para manchas generalizadas e
que deixa a pele francamente rejuvenescida» e a luz intensa pulsada, «particularmente
interessante para manchas relacionadas
com o envelhecimento precoce da
pele por dano solar, os lentigos solares ou
senis», explica. «São hierarquias de tratamentos
e a sua indicação requer uma
avaliação dos tipos de manchas», conclui
a dermatologista.

Sinais de alerta

Para detectar eventuais problemas,
Marília Moreira da Fonseca recomenda
vigiar a pele segundo «um conjunto
de critérios ABCDE do melanoma ou
cancro cutâneo», relativos ao aspecto dos
sinais. Assim, se verificar assimetria (A),
irregularidade no bordo (B) ou na cor
(C), diâmetro superior a seis milímetros
(D) ou evolução (E) do sinal e, em caso
de dúvida, a especialista aconselha a «ter
uma observação pelo dermatologista».

Cosméticos anti-manchas

Eis os princípios activos
mais comuns:

- Ácido kójico
Está na origem da pele de porcelana das mulheres
japonesas.

- Hidroquinona
Devido à sua toxicidade,
deve ser prescrita pelo
dermatologista.

- Arbutina
Derivado da hidroquinona,
sem a toxicidade da
substância de origem.

- Vitaminas C e E
Minimizam o aparecimento de
manchas e dão luminosidade
à pele.

Texto: Julie Oliveira com Marília Moreira da Fonseca (dermatologista)