Ter uma pele lisa e firme é um desejo comum a qualquer mulher. Por isso, não admira que as estrias sejam, a par da celulite, um dos piores inimigos do sexo feminino, afetando anualmente milhares de mulheres em todo o mundo e também muitos homens. As estrias não são mais do que cicatrizes cutâneas originadas por uma alteração que ocorre a nível das fibras de colagénio e de elastina.

Embora sejam visíveis na epiderme, a camada superior da pele, têm origem na derme, o estrato intermédio da cútis, quando se dá a distensão dos tecidos. Aparecem sem aviso prévio e instalam-se para ficar. Contudo, com a ajuda de cremes e de produtos com fórmulas gordas ou tratamentos estéticos, podem ser atenuadas ou, em casos pontuais, até mesmo eliminadas.

Ninguém está a salvo

De acordo com Manuela Cochito, dermatologista, as estrias «podem aparecer em várias fases da vida, mas é evidente que a adolescência e a gravidez são períodos muito propícios ao seu aparecimento». No primeiro caso, porque se dá um crescimento rápido, no segundo devido não só ao aumento de peso, mas também a alterações hormonais que tornam os tecidos que sustentam a pele menos compactos.

O aumento e perda de peso bruscos ou a ingestão de anabolizantes (que também originam uma variação de volume rápida) são outras das causas destas inestéticas riscas na pele. Os glúteos, o abdómen, a região lombar e os seios são as zonas mais castigadas pelas estrias, mas estas podem surgir por todo o corpo, como sublinham muitos especialistas.

«São mais frequentes nas mulheres, todavia, os homens são igualmente afetados por este problema, sobretudo os que praticam culturismo ou musculação e os que tomam androgénicos», sublinha a especialista. Em fevereiro de 2017, um estudo da Faculdade de Medicina de Jundiaí, no Brasil, associou a incontinência urinária feminina à existência de estrias graves.

Fórmulas com retinol

A evolução deste problema é gradual. Numa primeira fase, as linhas têm um tom avermelhado, devido ao rompimento dos vasos sanguíneos, mas com o passar do tempo ficam esbranquiçadas e são mais difíceis de tratar. «Quando estão numa fase inicial, os cremes anti-estrias ricos em derivados de vitamina A, como a tretinoína e retinol são muito eficazes», explica Manuela Cochito.

«Estas substâncias provocam uma esfoliação da pele e estimulam a produção novas fibras de colagénio e elastina», explica a dermatologista. Em muitos casos, as estrias não desaparecem totalmente, todavia, o aspeto da pele melhora bastante. Numa fase avançada, embora as possam disfarçar, os cremes são menos eficazes e demoram mais tempo a atuar, alertam contudo os especialistas.

Veja na página seguinte: A cirurgia para as estrias

Cirurgia anti-estrias

A dermolipectomia é uma técnica cirúrgica que promete acabar com as estrias. A operação consiste em retirar a pele onde estão as marcas, substituindo todas as estrias por uma única cicatriz. Pode ser feita na região do abdómen, coxas, braços e nádegas. Um procedimento cirúrgico é uma das soluções possíveis. Como esclarece a dermatologista, «o efeito é menos notório do que na fase inicial, mas a estria fica dissimulada».

Há ainda quem recorra ao laser e à radiofrequência, técnicas com resultados mais rápidos, «mas que, tal como acontece com os cremes, são mais eficazes quando elas ainda estão com uma cor avermelhada», refere. «Sobre as estrias, ainda subsistem muitas dúvidas, por isso, não é de estranhar que não haja ainda nenhum tratamento que as elimine totalmente», acrescenta ainda Manuela Cochito, que deixa um conselho.

Se usa um creme anti-estrias com retinol, não exponha a sua pele ao sol, pois estará muito sensível e poderá desenvolver algumas manchas. Manter sempre uma pele bem hidratada é meio caminho andado para evitar o aparecimento de novas estrias. Veja também a galeria de imagens com 20 alimentos que hidratam e ajudam a combater as rugas naturalmente.

Texto: Rita Caetano com Manuela Cochito (dermatologista)

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