Legalmente considerados como suplementos alimentares, embora funcionando como cosméticos, possuem na sua composição, vitaminas, minerais, aminoácidos e outras substâncias à base de plantas.

O conceito é tratar a pele de dentro para fora. Actualmente, é possível corrigir defeitos do nosso corpo com estes nutricosméticos, tendo em conta as principais preocupações estéticas e, especialmente, o envelhecimento cutâneo.

Na verdade, o objectivo deste novo grupo de suplementos é o de proteger a pele dos efeitos do sol, melhorar a flacidez, atenuar os sinais exteriores do envelhecimento, combater a celulite, controlar o apetite, retardar a queda do cabelo, melhorar a consistência das unhas, entre outros variados efeitos.

Estes produtos, que podem ser ingeridos sob a forma sólida ou líquida, são absorvidos a nível intestinal e passam para a corrente sanguínea, que os distribui pelo corpo e pela pele.

Via oral e aplicação tópica em sinergia
Os nutricosméticos têm a vantagem de beneficiar todo o corpo, e não apenas a zona da pele onde é aplicada cosmética. No entanto, as grandes vantagens são observadas quando associados ao uso desses cosméticos de aplicação tópica.

A via transdérmica e a via sistémica são, de facto, grandes complementos, actuando em sinergia. As duas vias em conjunto têm um efeito mais concentrado e duradouro e não apresentam contraindicações.

A menos que o utilizador seja alérgico a algum dos componentes dos suplementos, e desde que a pessoa seja disciplinada e tome apenas a quantidade indicada e recomendada pelo profissional de saúde.

Mercado Mundial
Segundo um estudo realizado pela Kline & Company, o mercado global de nutricosméticos representa mais de 700 milhões de euros, e continua a crescer. Prevê-se que esse crescimento continue a ser superior a 10%.

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O mesmo estudo revela que a faixa etária entre os 38 e os 55 anos representa 50% do investimento do país no mercado do bem-estar, da estética, da beleza e do envelhecimento concluir que tomando mais os efeitos são mais rápidos e mais intensos.

O uso deve ser prolongado por um período mínimo de 3 meses e os resultados são visíveis no primeiro mês.

Radicais livres
Segundo a Dra. Bielsa, dermatologista, professora titular na Universidade Autónoma de Barcelona, “durante o envelhecimento cutâneo, as funções biológicas da pele são deterioradas, o que determina uma menor capacidade de se adaptar ao stress metabólico”.

Por outro lado, a pele sofre danos ambientais acumulados com o passar dos anos. A pele torna-se mais fina, pálida e as rugas aparecem. Há uma atrofia da camada de gordura da pele e um relaxamento da musculatura.

Os sulcos nasogenianos acentuam-se devido à falta de firmeza das maçãs do rosto. Dá-se também o rompimento da linha inferior da mandíbula, devido à ptose do músculo platisma.

A nível histológico, durante o processo de envelhecimento cutâneo a produção de colagénio também diminui, existindo fenómenos de inflamação crónica, devido à acção das radiações solares.

As radiações solares sobre a pele determinam um aumento da produção de radicais livres de oxigénio, bem como mutações de ADN, alterações das proteínas, lípidos e danos oxidativos. O envelhecimento cutâneo é um processo dinâmico, multifactorial, que tem o seu início quando somos jovens.

O stress oxidativo é, sem dúvida, o maior factor de agravamento do envelhecimento cutâneo. Os mecanismos de defesa da nossa pele às radiações solares, provocam um aumento da espessura da mesma e a estimulação da produção de melanina.

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Os suplementos nutricionais, por seu lado, reforçam os sistemas da pele para fazer frente ao envelhecimento. Neste grupo de nutricosméticos encontram-se, entre outros, as vitaminas, os carotenóides e os ácidos gordos polinsaturados (ómega 3).

A toma conjunta de vitamina C e de vitamina E, durante um período de 3 meses, reduz significativamente os efeitos das radiações UVB.

Nutricosméticos
Os médicos e os farmacêuticos ainda não conseguiram parar o processo de envelhecimento, embora seja seguro dizer que não envelheceremos tanto e tão depressa se tivermos uma alimentação apropriada, se evitarmos o tabaco e as bebidas alcoólicas em excesso, se nos protegermos do sol e se praticarmos uma boa actividade física.

Por outro lado, o processo de envelhecimento também poderá ter origem em algumas deficiências de vitaminas, minerais e oligoelementos. “Ao repor os nutrientes que participam em algumas dessas reacções químicas, o corpo melhora como um todo e, nesse processo de dentro para fora, a pele torna-se visivelmente mais saudável”, afirma o Dr. Jardis Volpe, dermatologista no Brasil.

É evidente que não adianta suplementar a alimentação com os nutricosméticos e não usar protector solar, deixar de lado os procedimentos estéticos ou ter uma alimentação cheia de erros. Os nutricosméticos ajudam o organismo a funcionar melhor, pois repõem vitaminas e nutrientes em carência na nossa alimentação diária.

Se os nutrientes forem disponibilizados, as nossas células epiteliais vão aproveitar e absorver essas substâncias activas de maneira adequada. De um modo geral, a partir dos 30 anos é recomendada a ingestão de um complexo antioxidante, com vitaminas A, C e E, entre outros.

História dos nutricosméticos
Em 1985 que um laboratório francês lançou o primeiro produto com estas características. Hoje temos diversas opções para combater a celulite, o envelhecimento, preparar a pele para a exposição solar, fortalecer os cabelos e as unhas, ajudar no emagrecimento, etc.

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O objecto do desejo foi anunciado como a pílula da beleza, um suplemento alimentar que promete atenuar os sinais do tempo nas mulheres com mais de 40 anos. Em Portugal também já existe este tipo de suplementos disponíveis em vários canais de distribuição como: farmácias, dietéticas, institutos de beleza, venda directa, etc.

Algumas marcas de cosmética desenvolvem suplementos específicos para complemento dos cuidados estéticos que utilizam recursos de electroterapia, cosmetológicos e manuais. Em Portugal já existem laboratórios a desenvolver este tipo de suplementos nutricionais.

Principais ingredientes faciais:

- Ácido hialurónico
Tão utilizado em cosmética, é um dos mais recentes ingredientes dos Nutricosméticos, com acção hidratante, revitalizante e anti-rugas.

- Betacaroteno
Contém substâncias antioxidantes, reduzindo as rugas e prevenindo o seu aparecimento. Melhora também a hidratação.

- Lactobacillus
Dentro dos probióticos interagem com o epitélio intestinal para libertar mediadores que são transportados à pele e, desta forma, exercerem os seus efeitos protectores.

- Licopeno
Tem uma eficácia 100 vezes superior à vitamina E no combate aos radicais livres, tornando a pele mais hidratada, macia e as linhas finas, rugas e manchas menos visíveis. Não é sintetizado por animais ou pelo ser humano.

- Resveratrol
Presente no vinho, é um flavonóide com benefícios comprovadas pela Universidade de Harvard na saúde, beleza e longevidade, devido às suas poderosas propriedades antioxidantes.

- Zinco
Juntamente com as vitaminas C, E, auxilia o sistema imunitário na formação de colagénio e elastina.

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Principais ingredientes corporais:

- CLA (Ácido Linoleico Conjugado)
É um ingrediente que possui a capacidade de reduzir progressivamente a massa gorda corporal, permitindo o aumento da massa muscular.

- L-Carnitina
Chamada de “molécula devoradora de gordura”, pois, como está envolvida no metabolismo dos ácidos gordos, permite a redução dos depósitos lipídicos do tecido adiposo.

- Alcachofra
Possui um efeito diurético, favorecendo a drenagem hídrica, ajudando a reduzir a retenção de líquidos característica da celulite.

- Extractos de plantas
Têm uma acção muito importante na vasoprotecção, drenagem e descongestão, fundamentais para um eficaz cuidado anticelulítico.

- Glucomanano
Utilizado para um efeito inibidor do apetite, pois sendo uma fibra solúvel, em contacto com a água forma um gel espesso, que aumenta o volume do conteúdo estomacal.

Legislação
Em Portugal os suplementos alimentares são fiscalizados pelo ministério da agricultura, desenvolvimento rural e pescas. O Decreto-lei n.º 136/2003 providencia enquadramento normativo para os Suplementos Alimentares, englobando as vitaminas, minerais, ácidos gordos essenciais, fibras e ainda, plantas e extractos de ervas.

Aplica-se ainda a estes produtos, enquanto géneros alimentícios, o Decreto -Lei nº 560/99, de 18 de Dezembro, o Decreto -Lei nº 167/2004 assim como o Decreto –Lei nº 126/2005. A União Europeia está a definir as dosagens máximas de vitaminas e minerais presentes em suplementos alimentares, de forma a regularizar o mercado europeu.

Texto: Dr. David Brandão – Médico, Pós-Graduado em Medicina Ortomolecular e Bioquímica; Mestrado em Medicina Antienvelhecimento pela Universidade Autónoma de Barcelona
Fotografia: © evgenyb – Fotolia.com
Agradecimentos: 3D Farma