Se encontrar pontinhos brancos no seu rosto ou no seu corpo, perceba que não são cravos ou borbulhas, mas sim milium. Este, apesar de ser um problema bastante comum pois pode aparecer em qualquer pessoa, é ainda desconhecido pela maioria das pessoas. Não é nenhum problema grave de saúde, apenas um desconforto estético para muita gente.

O que é?

O milium é um pequeno cisto epidérmico que surge normalmente nas zonas da pele mais expostas à luz solar. Ao contrário do que se pensa, ele não é constituído por sebo, mas sim queratina (proteína que constitui a pele). São pequenas bolinhas, por norma brancas, mas também podem ser da cor da pele, amarelo claro ou âmbar.
Normalmente localizam-se no rosto, mas podem aparecer em qualquer parte do corpo. As zonas mais comuns de aparecimento são em redor dos olhos, no queixo, no nariz, nas orelhas e no pescoço. Por norma o seu diâmetro é de 1 a 2 mm.

Tipos de Milium:

Estes pontinhos brancos podem manifestar-se sob duas formas: milium primário e milium secundário.
O primário é aquele que ocorre sem causa aparente. Por exemplo, nos recém nascidos, o milium ocorre na zona facial, principalmente no nariz e sem causa aparente. Aparece aproximadamente a 50% dos bebés, mas desaparecem dentro de poucos dias. O secundário, é provocado por alguma doença ou procedimento dermatológico. Pode aparecer em qualquer parte do corpo após doenças de pele e queimaduras.

Causa:

Sabe-se que é resultado da proliferação de células da epiderme dentro da pele, o que pode ser devido a uma tendência genética ou ao processo de cicatrização local. Sendo um problema que não está relacionado a uma caraterística ou ação específica para o seu aparecimento, a sua causa torna-se indefinida. Uma vez que aparece de maneira espontânea, pode surgir independentemente da idade, do sexo ou do tipo de pele. Apesar disso, existem várias situações que podem estar relacionadas com seu aparecimento, como:

- As doenças bolhosas subepidermais (epiderme bolhosa e porfiria cutânea tardia). Nesta situação, o milium surge normalmente nas cicatrizes resultantes das lesões;
- Após o aparecimento de febre, pois houve uma excreção abundante de transpiração, o que provoca uma inflamação aguda das glândulas sebáceas. O milium nesta situação denomina-se de erupção sudorífera miliar ou febre miliar;
- Trabalhadores das refinarias nos trópicos. Especula-se uma relação entre algum dos componentes do petróleo e a luz solar;
- O uso prolongado de hidroquinona (composto orgânico aromático utilizado para clarear manchas escuras na pele) também tem sido relacionado com o aparecimento do milium.

Diagnóstico e tratamento:

O diagnóstico do milium é feito através da análise clínica e visual realizada por um dermatologista, não requerendo exames. A maneira mais eficaz para o tratamento destas bolinhas brancas é a remoção cirúrgica realizada por um dermatologista com uma agulha apropriada. O procedimento é simples e rápido, não apresentando riscos ou complicações. Para além disso, também pode ser tratado através de procedimentos estéticos como esfoliações, peelings ou laser. Alguns ácidos também podem ser utilizados no tratamento destas lesões, como o retinoico (derivado da vitamina A, utilizado no combate do envelhecimento da pele), por exemplo.
É importante salientar que qualquer tratamento terá de ser feito por um dermatologista e nunca pela pessoa em casa. Nunca remova um milium espremendo-o como uma borbulha nem com agulhas. Poderá magoar a pele e causar uma infeção grave.

Prevenção:

O melhor tratamento é sempre a prevenção. Para isso existem certas medidas que podem ser tomadas para ajudar ao tratamento ou prevenção do aparecimento destes cistos.
Realizar a limpeza da pele diariamente, fazer uma esfoliação uma vez por semana e usar produtos adequados ao seu tipo de pele, são hábitos que o ajudarão a não ter este problema.