As técnicas médico-estéticas que ajudam a definir os músculos são fantásticas
para quem não se atreve a fazer um aumento definitivo dos músculos mediante
próteses ou, por exemplo, para quem queira experimentar primeiro algo temporário.

Além disso, são técnicas que podem ser aplicadas na maioria das pessoas, com exceção
dos casos em que utiliza gordura própria como enchimento.

No entanto, nem
todas as pessoas são boas candidatas a uma liposucção. Conheça todas as vantagens
e limitações das várias técnicas e saiba qual se pode adequar mais a si, para o caso de querer avançar.

1. Enchimento com macrolane

O macrolane é um gel de alta densidade à base de ácido
hialurónico, biocompatível, sendo por isso uma opção terapêutica
válida para o aumento de volume muscular. «Os candidatos ideais
são pacientes com bom tónus muscular mas que pretendem um
aumento de volume», explica Hélder Silvestre, cirurgião
plástico da clínica MyMoment. Estão contraindicados os pacientes com ptose (queda) das zonas
corporais que necessitariam de macrolane e pacientes com
patologias fibromusculares.
«Esta técnica é recomendada para pacientes jovens, com boa
forma física, que querem um aumento ligeiro e moderado de uma
zona muscular», refere o cirurgião plástico.

O que se consegue?

Definir e adicionar volume aos músculos. para os homens, esta
técnica está indicada porque, muitas vezes, têm uma camada
de gordura suficiente para que o enchimento se note pouco. Se não há
gordura, esta técnica não pode ser realizada. «São necessárias duas
sessões, no máximo três, para um possível retoque», explica Hélder
Silvestre. Se o paciente gostar do resultado pode frequentar outras
sessões para fazer mais infiltrações de macrolane. «Aumentos moderados de determinados grupos musculares,
sobretudo das pernas, nádegas e peitorais», defende o especialista.

Preparação

É feito um historial médico e análises se o cirurgião plástico
considerar necessário.
Hélder Silvestre aconselha o paciente «a parar de tomar qualquer
tipo de medicação que altere a condição sanguínea uma semana
antes». Uma hora antes da intervenção, os pacientes fazem a profi laxia
antibiótica, um analgésico e um ansiolítico. «O procedimento é minimamente invasivo, mas deve ser realizado sob
rigorosas condições de assepsia. após a anestesia local, o macrolane é
introduzido», descreve o cirurgião plástico.

O processo de infiltração passo a passo

O cirurgião marcará as zonas a definir e tirará fotos das mesmas.
«Independentemente dos músculos em questão, o cirurgião plástico
tem de conhecer a sua vascularização e inervação, de forma a preservar o
tecido muscular. O macrolane é introduzido com uma cânula romba (não
cortante), de forma a diminuir a probabilidade de hematomas», salienta
Hélder Silvestre.


Depois de aplicar uma anestesia local, proceder-se-á à injeção de
macrolane sempre por cima de músculo, mas profundamente. Através do
macrolane vai sendo feito, uniformemente, o enchimento da zona até se
conseguir o volume desejado.
De acordo com a quantidade do produto a infiltrar, o processo pode
demorar cerca de uma hora ou um pouco mais.

Cuidados posteriores

Aconselha-se imobilidade durante 24 horas. «Os meus pacientes fazem antibiótico e anti-inflamatórios
durante cinco dias, gelo nas zonas tratadas várias vezes ao dia
entre três a cinco dias e devem abster-se de praticar desportos
exigentes fisicamente durante duas semanas», explica Hélder
Silvestre.


Após 15 dias é feita uma avaliação. se necessário, pode ampliar-se ou reduzir-se a infiltração ou realizarem-se retoques. O macrolane vai sendo reabsorvido no decorrer de um a dois
anos mas pode ter uma durabilidade um pouco maior. Nos retoques, a quantidade de produto necessária é sempre
menor que a inicial. Saiba ainda que, dependendo da quantidade de produto, pode ir
de 1.000 a 4.000 €.

Veja na página seguinte: Abdominais definidos com liposucção

2. Abdominais definidos com liposucção

Nesta zona, o silicone resulta em alguns incómodos e é uma
opção pouco recomendada. Assim, a alternativa mais adequada
é a liposucção para definir os abdominais ainda que não esteja
indicada para homens sem qualquer músculo e que tenham uma
vida sedentária. «Se o músculo está flácido ou completamente
relaxado, se existem hérnias ou diástase (afastamento), tem de se
reconstruir diretamente o músculo», explica Biscaia Fraga, diretor
do serviço de cirurgia plástica e maxilo-facial do hospital Egas
Moniz e da clínica Biscaia Fraga, em Lisboa.

O que se consegue?

Realçar o volume do músculo que não existe ou está atrofiado.
«É muito difícil voltar a aparecer gordura nas zonas tratadas.
a gordura não se consegue acumular nestas zonas porque há uma
fibrose local e um espaço que passou a estar ocupado», indica o
cirurgião plástico.

Preparação

Historial médico que pode incluir o pedido de uma radiografia
ao tórax e um eletrocardiograma. «A história clínica é o mais
importante de toda a primeira consulta», reforça Biscaia Fraga.
Uma semana antes da cirurgia o paciente não poderá tomar
aspirina nem qualquer medicação que provoque hemorragias.
Um dia antes, pode ser recomendado ao paciente que tome um
ansiolítico e no dia da intervenção deverá estar em jejum durante
oito horas.

A intervenção passo a passo

É administrada anestesia regional com sedação. A liposucção pode efetuar-se por método tradicional com
cânulas, mais rápido e menos doloroso no pós-operatório.
Quando a gordura é muito dura e fibrosa ou tenha sido realizada
uma liposucção anterior, pode empregar-se uma liposucção
com laser ou ultrassons que rompe melhor o tecido de gordura.

«Recorrendo ao laser, a adaptação da pele é
muito superior», defende o cirurgião plástico.
A liposucção faz-se ainda para os problemas
na linha média desde o umbigo aos peitorais
de forma a remarcar a zona. «Até se consegue
fazer o sulco mediano que vai desde o tórax
até à púbis», sublinha o especialista.

Cuidados posteriores

O paciente deverá estar em repouso dois
dias, tomar antibiótico e, provavelmente,
analgésicos.
Entre uma a duas semanas, deverá usar
uma contenção elástica acolchoada que ajuda
a dar uma nova forma aos abdominais. «Habitualmente, vejo o paciente seis dias
depois da cirurgia para uma avaliação e para
verificar possíveis hematomas», refere Biscaia
Fraga. Uma semana após a cirurgia, inicia-se a
drenagem linfática. A contenção elástica é
usada, no mínimo, entre três a oito semanas.


As contusões desaparecem entre uma a
duas semanas e o paciente poderá praticar
desporto um mês depois.
Se for retirada pouca gordura, poderá voltar
à sua vida normal no espaço de dois a três dias.
se for retirada muita gordura, deverá esperar
uma semana. Aos seis meses, é feita uma avaliação
definitiva. se for necessário, o que é raro,
serão realizadas pequenas remodelações. Saiba ainda que o preço deste tratamento varia entre 1.800 e 3.500 €.

Veja na página seguinte: Enchimento com gordura própria

3. Enchimento com gordura própria

Através desta solução consegue-se eliminar a gordura que sobra para colocá-la onde necessário. Normalmente, a gordura tende a acumular-se e pode ser pouco
estética, por isso, é importante transferi-la.
É uma boa forma de evitar inchaços porque a gordura é retirada do próprio tecido, logo, é
biocompatível, pelo que esta intervenção tem riscos mínimos.
Além disso, estes enchimentos podem realizar-se em todo o corpo, tanto ao
nível estético como para corrigir desigualdades como um ombro mais baixo,
uma perna mais delgada, entre outros.

Preparação

O historial médico do paciente será estudado e ser-lhe-ão
pedidos os exames habituais, como por exemplo, análises clínicas e
eletrocardiograma. «Se temos gordura suficiente para colher e se as zonas a enxertar
estão com boa vascularização, o bom planeamento operatório
aumenta a probabilidade de obtermos um bom resultado», defende
Hélder Silvestre.


Seis semanas antes da intervenção, o paciente deverá deixar de
fumar. Alem disso, se tomar medicamentos como anticoagulantes ou antiagregantes
plaquetários, deverá interrompê-los uma semana antes para que o
seu efeito desapareça. Deverá também manter uma pele muito hidratada, tanto a pela da zona
recetora como da zona dadora. Não poderá proceder a uma dieta restrita antes da intervenção para
não perder gordura necessária na zona dadora.
No dia da intervenção, o paciente deverá tomar um ansiolítico ou um
calmante.

A intervenção passo a passo

Serão tiradas fotografias pré-operatórias.
Poderá ser administrada uma anestesia locoregional tumescente,
que facilita a zona onde será infiltrada a gordura.
Em primeiro lugar, dá-se a colheita de gordura, habitualmente do
abdómen ou das coxas. «Prepara-se a gordura através dos seguintes passos: lavagem, centrifugação e utilização de fatores de
crescimento», refere o cirurgião plástico da
clínica MyMoment.
De seguida, introduz-se a gordura com cânulas
específicas para o ato cirúrgico. O passo seguinte consiste em suturaras feridas e coloca-se uma
compressa adesiva.

Cuidados posteriores

Não requer internamento. O paciente sai
da clínica algumas horas depois da
intervenção.
O cirurgião plástico Hélder Silvestre
recomenda «antibioterapia e a toma de antiinflamatórios durante cinco dias, gelo local e
compressão elástica durante 15 dias».


Para que desapareça o edema, recomenda-se drenagem linfática nas zonas dadoras.
«A drenagem linfática permite que o paciente
desinche com mais celeridade, aumentando
o conforto e o resultado final mais
rapidamente», explica o cirurgião plástico da
clínica MyMoment. O paciente deverá ter consultas de revisão
na primeira semana, aos três, aos seis e aos
12 meses. Aos oito meses é realizado um
controlo fotográfico para decidir se necessita
de algum retoque.


O regresso à vida normal depende das
zonas tratadas. «Poderá regressar ao trabalho
nos dias seguintes e à prática desportiva
ligeira 15 dias depois. mês e meio é o tempo
adequado para a utilização dos músculos
intervencionados em desporto extenuante»,
adianta Hélder Silvestre. Saiba ainda que este tratamento custa aproximadamente entre 3500
a 6000 €.

Texto: Cláudia Pinto