Nas últimas décadas, o número de homens a recorrer à cirurgia estética aumentou consideravelmente.

Segundo estatísticas europeias, há 15 anos o rácio era de um homem por cada 15 mulheres. Nos últimos anos, em função desse aumento, passou a ser de um para quatro.

Portugal também acompanha a tendência.

«A cirurgia deu-me maior autoconfiança e conforto», assume Tiago Trindade (nome fictício), 32 anos, consultor estratégico
numa multinacional norte-americana. «Realizei uma ginecomastia, eliminando
uma protuberância do peito que tinha
desde a puberdade e que interferia com
a minha autoestima», admite. O resultado
surpreendeu-o, como admite publicamente. «Após a cirurgia, os meus objetivos foram
totalmente atingidos, trazendo-me maior
autoconfiança e conforto», refere.

«O meu peito,
após a cirurgia, tornou-se normal, sem a
protuberância pré-existente, dando-me
mais conforto, sobretudo em situações
de maior exposição corporal como, por
exemplo, nas idas à praia», desabafa. Apesar de satisfeito, repetir a experiência não está nos seus planos. «De momento, não idealizo submeter-me
a uma nova cirurgia porque não identifico
nenhuma necessidade mas, se no futuro,
verificar alguma consequência do meu
envelhecimento não corrigível através de
um método não invasivo e, se se justificar,
não hesitarei», revela.

«Aconselho as pessoas a,
tal como eu, escolherem profissionais
credenciados, experientes e com enorme
sentido de ética», recomenda, contudo. Mário Fernandes (nome fictício)
tem 34 anos, trabalha em aviação e partilha da mesma opinião. «Depois da cirurgia, a minha vida deu uma volta de 180 graus», assume. «Ao longo de dez anos engordei 50 quilos. Cheguei a pesar 130
quilos e demorei muito tempo a perceber os motivos que me
levavam a aumentar de peso», lamenta hoje.

«Posteriormente, após colocar um
bypass gástrico, acabei por emagrecer e acumulei algumas
gorduras em várias zonas do corpo. Até que acabei por marcar
uma consulta com um cirurgião plástico que me foi recomendado.
Na primeira abdominoplastia, foram-me retirados cinco quilos
e o especialista disse-me que não íamos ficar por aqui e que
iria haver uma nova cirurgia. Explicou-me também que não me
estava a submeter a uma cirurgia plástica mas sim a uma cirurgia
reconstrutiva», recorda.

O período de recuperação exigiu alguma contenção. «Durante três meses tive de evitar esforços ou muito
exercício físico. Frequentei a clínica todas as semanas de forma
a retirar líquido e submetia-me a sessões de drenagem linfática.
O pós-operatório correu muitíssimo bem», refere, contudo.

A cirurgia que fez abriu novas portas a Mário Fernandes. «Trabalho em aviação
há muitos anos e o meu objetivo era tirar o curso de piloto pois
chumbava sempre nas provas médicas. Depois da cirurgia, já
passei nesses exames e, neste momento, estou a trabalhar de dia
e a estudar à noite. A minha vida mudou 180 graus», afiança.

Texto: Cláudia Pinto