À partida, o verão deixa sempre boas
recordações. Durante o tempo
quente passeamos, fazemos programas
ao ar livre, em suma, andamos mais bem
dispostos.

O sol é o responsável por esse
bem-estar mas, quando a exposição solar acaba por ser feita
em excesso, pode deixar marcas
desagradáveis e até periogosas.

«As manchas aumentam, a pele seca,
as rugas ficam mais acentuadas», refere
Manuela Cochito, dermatologista.
A proteção solar «é a principal forma
de prevenir este conjunto terrível para
a imagem de qualquer mulher»,diz
a especialista. Quando a prevenção
falha existem soluções (em casa ou no
consultório) cada vez mais eficazes.

Desidratação

Durante o verão, o nível de água da pele
diminui inevitavelmente. «A pele começa
a ficar descamativa, as rugas acentuam-se
e a maquilhagem não pega. Para se defender
do vento e do sol, a camada córnea
quase triplica, dando-lhe um aspeto baço»,
explica a dermatologista.

Quando a pele está desidratada, do que mais
precisa é de ser «mimada com um bom
creme hidratante adaptado ao tipo de
pele para repor os níveis de água que
inevitavelmente perde com o vento, o
sal e o cloro. Existem vários princípios
ativos eficazes para hidratar a pele do
rosto e do corpo, como o ácido lático,
os fatores de hidratação natural e o ácido
hialurónico», refere a especialista.

Outra solução passa pelos peelings com
ácidos de frutos, os quais permitem «remover
a camada grossa de células mortas da
superfície da pele, conferindo um aspeto
luminoso e facilitando a penetração do
creme para uma hidratação mais rápida.
Geralmente faz-se em três sessões, com
intervalos de 15 dias», explica Manuela
Cochito. Cada sessão custa em média 100 €.

Rugas

A radiação ultravioleta é o principal causador de rugas, como refere Manuela Cochito. «Oitenta por cento do envelhecimento é causado pelos raios ultravioletas. Evitar a exposição solar entre o meio-dia e as quatro horas da tarde e usar um chapéu que faça sombra para o rosto são cuidados essenciais para preservar
a juventude da pele», explica.

Para quem procura combater as rugas sem sair de casa, «os cosméticos com ácidos de frutos (como os alfahidroxiácidos) e derivados de retinol são os mais eficazes. No entanto, como têm sempre algum grau de irritação, se a pele ainda estiver sensibilizada pelo sol substitua--os por outras substâncias, como os hexapéptideos e os derivados da soja», alerta a dermatologista.
«Cada creme é o resultado de uma grande investigação, mas não podemos esperar resultados imediatos. Contudo, a médio ou longo prazo faz toda a diferença», sublinha.

A toxina botulínica também pode ser uma boa solução. Esta substância é injetada «em determinados músculos para diminuir a contração dos mesmos e, assim, também os sulcos que provocam na pele. Geralmente, faz-se duas a três cremevezes por ano e tem resultados muito bons nas rugas de expressão do terço superior do rosto», afirma Manuela Cochito. Cada sessão tem um preço médio de 100 €.

Pode optar ainda por preenchimentos de ácido hialurónico puro, um método aplicado localmente na zona a preencher, nomeadamente nos lábios e nas rugas que se formam à volta destes. «Pode ser usado, mais ou menos espesso, consoante o resultado que se pretende, e o seu efeito dura entre oito e dez meses», explica
a especialista. Cada sessão tem um custo médio de 300 €.

A mesoterapia também pode ajudar a combater as rugas. Esta técnica de microinjecções múltiplas é utilizada no rosto para aplicar uma combinação de ácido hialurónico com outras substâncias,
como péptidos, vitaminas e aminoácidos que permitem reconstruir o colagénio
e diminuir a aparência das rugas.
O tratamento é feito, no mínimo, em cinco sessões e requer uma manutenção a cada dois ou três meses», explica a dermatologista. Cada sessão tem um custo de médio de 200 €.

Veja na página seguinte: Os cuidados a ter para evitar manchas

Manchas

Existem dois tipos de manchas que podem
surgir com o sol, como explica Manuela
Cochito, dermatologista.

«O melasma
surge em mulheres jovens, grávidas, ou
que tomam a pílula», alerta.

«Aparece na zona do
buço e depois na parte superior das maçãs
do rosto e na testa, agravando-se durante o
verão. Os lentigos são manchas castanhas
redondas que as pessoas de idade começam
por ter nas mãos e, às vezes, também no
rosto», explica ainda a especialista.

«São de origem genética, mas pioram
com a exposição solar cumulativa», sublinha. Para as combater pode contar com as fórmulas clarificantes. A cosmética
tem vindo a desenvolver cremes que,
além de terem uma ação despigmentante,
uniformizam a tez e conferem
luminosidade, com bons resultados na
melhoria da aparência do melasma, mas
não dos lentigos, que apenas respondem
a tratamentos realizados em consultório.

Para as combater pode recorrer também à hidroquinona, considerado o
despigmentante mais eficaz para o
tratamento do melasma. Aplica-se em
casa sob a forma de creme, mas «requer
a consulta a um dermatologista para
prescrição médica do manipulado de hidroquinona, que depois se compra na
farmácia», explica Manuela Cochito.

Pode realizar também um peeling específico para
manchas melásmicas, cuja composição
«é algo secreta mas que pensamos que
contenha algum tipo de despigmentante
da família da hidroquinona, consiste
numa máscara que a pessoa tira em
casa ao fim de uma horas, seguida da
aplicação de um creme de noite», explica
a dermatologista. Este tratamento tem um custo médio de 400 €.

Finalmente, pode aproveitar os benefícios da luz intensa pulsada. Este tratamento
a laser «é o único eficaz na remoção dos
lentigos». Elimina este tipo de manchas
numa única sessão, mas não funciona no
tratamento do melasma. Este tratamento tem um custo médio de 150 €.

Texto: Vanda Oliveira com Manuela Cochito (dermatologista)