O envelhecimento masculino segue a maioria dos padrões do feminino, embora com algumas nuances. Se a glicação proveniente do consumo da glicose dos HC de elevado índice glicémico e da frutose é um pilar fulcral, bem como o ataque dos radicais livres e a má nutrição (com a falta de nutrientes fundamentais como a vitamina D, o magnésio, o iodo e os ómega-3), a verdade é que a pele do homem é menos suscetível ao fotoenvelhecimento e, no homem, a andropausa não é semelhante à menopausa.

No caso dos homens, a perda hormonal e as variáveis nela envolvidas diferem acentuadamente do que se passa com as suas mulheres, pois é mais insidiosa. Os sintomas como a falta de produtividade, o cansaço (muitas vezes indissociável do apelo do sofá), a irritabilidade com tendência à depressão, o aumento da barriga, a perda gradual da musculatura e do desempenho sexual vão aparecendo e os homens não conseguem identificar uma data para o início destas perdas.

Claro que o sedentarismo e o stresse são similares e têm os mesmos efeitos deletérios mas, no caso dos homens, são amplificados pela diminuição nos níveis de androgénios. Como normalmente é desconhecido o facto de que há mais recetores celulares a estas hormonas no cérebro e no coração do que nos genitais, gera-se a ideia errada de quem se trata é impotente. E isso nenhum macho pode tolerar!

O tratamento é importante e é necessário explicar que a reposição hormonal bioidêntica é muito diferente da feminina mas altamente eficaz, retirando o homem da zona de risco cardiovascular e do fracasso sexual. A nutrição adequada e com suplementação, o exercício físico de curta duração mas de alta intensidade, o aumento na ingestão proteica e a otimização hormonal conseguem maravilhas e são sinérgicas.

Texto: Luís Romariz (especialista em medicina preventiva e pioneiro da medicina anti-aging em Portugal)