O contorno dos olhos é a zona mais frágil do rosto, pelo que impõe critérios específicos à aplicação de cosméticos. A farmacêutica Joana Nobre, consultora científica da marca Lierac, explica a forma certa de os aplicar. «A zona do contorno dos olhos tem uma fisipatolo­gia particular que a distingue da restante pele do rosto. Tem uma espessura cutânea mais reduzida, não contém células adiposas (o que lhe dá uma menor resistência subcutânea) e o seu tecido conjuntivo é mais elástico e laxo, o que implica maior fragilidade e ausência de resistência às agressões externas», explica a especialista.

Por isso, os cremes de contorno de olhos têm, habitualmente, uma textu­ra mais leve do que a maioria dos cre­mes faciais e são concebidos de forma a não prejudicar este delicado tecido cutâneo. «Isto justifica o facto de quase todos os produtos destinados a aplicar nesta área não conterem conservantes (parabenos e fenoxietanol, por exem­plo), corantes nem perfumes», refere ainda. Para além disso, os cosméticos para olhos requerem uma aplicação especí­fica:

Regras de aplicação

- Quando?

De manhã e à noite

- Como?

Com leves toques do dedo anelar. Este dedo garante uma apli­cação suave (sem risco de vermelhi­dão por fricção) mas suficiente para dinamizar a microcirculação sanguínea e linfática nesta zona, evitando a es­tase (paragem no fluxo normal de um líquido corporal) e, consequentemen­te, as olheiras e os papos. No final, é aconselhada uma passagem com os dedos indicador, médio e anelar, como se estivesse a tocar piano.

- Que quantidade?

O equivalente a três ou quatro cabeças de alfinete é suficientes. O calor da pele, os batimentos do piscar de olhos e os gestos da massagem permitem que o produto se espalhe nesta zona, sendo por isso completamente contraindica­da e desnecessária a aplicação de uma grande quantidade de produto.

- Onde?

Por baixo dos olhos e ao longo dos ossos orbituários e supraciliares.

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- Onde não se deve pôr creme?

Deve evitar-se a aplicação muito próxima dos olhos, pois se hou­ver penetração no canal lacrimal pode prejudicar as membranas mucosas e causar prurido, irritação e até mesmo edema. A maioria dos produtos também está contraindicada na pálpebra móvel (superior), para evitar o agravamento do seu descaimento, que acaba por acontecer devido aos movimentos sucessivos de pestanejar (cerca de 10.000 por dia) e pela acção da gravidade.

Actualmente, e dada a constante inovação das fórmulas, algumas marcas aconselham uma leve passagem sobre a pálpebra superior, no final, quando os dedos têm apenas um vestígio de produto. Agora que já dispõe desta informação, veja como deve proceder ao aplicar estes cremes.

Passo a passo para uma aplicação eficaz

1. Para potenciar a acção lifting e tensora da maioria destes produtos, recomenda-se a sua aplicação do ângulo interno do olho para o exterior, tanto em cima como em baixo.

2. Já os anti-rugas devem ser aplicados de fora para dentro na pálpebra inferior e de dentro para fora na superior. Muitos especialistas, contudo, rejeitam qualquer relevância do sentido da aplicação para a eficácia do produto.

Texto: Fernanda Soares