O uso tópico de ácido elágico, um poderoso antioxidante presente sobretudo nos frutos vermelhos, previne a destruição do colagénio e a resposta inflamatória aos raios ultravioleta, os principais culpados do aparecimento das rugas.

Esta foi a conclusão de um prometedor estudo elaborado por investigadores liderados pelo professor Young-Hee Kang, renomado especialista asiático. 

«Até agora a investigação foi feita apenas em ratos e células humanas, mas o próximo passo é aplicar o ácido elágico na pele humana», explica Ji-Young Bae, investigadora do laboratório da Hallym University, na Coreia do Sul, liderado por Young-Hee Kang.  A cientista teve a oportunidade de apresentar os resultados em New Orleans, Estados Unidos da América, durante um congresso da Sociedade Americana de Nutrição. Elemento da família dos antioxidantes, o ácido elágico mostrou recentemente ter a capacidade de abrandar o processo de envelhecimento cutâneo.

«Durante a investigação feita em células humanas, constatámos que o ácido elágico bloqueia a produção de MMP (metaloproteinases da matriz) e diminui, assim, a perda de colagénio, e reduz a expressão da ICAM, a molécula que está envolvida nos processos inflamatórios provocados pela exposição solar», afirma Bae. As experiências com ratos sem pelo (que têm uma pele semelhante à do ser humano) prolongaram-se por oito semanas, durante as quais os animais foram expostos a uma radiação ultravioleta crescente, tal como acontece com o sol, três vezes por semana.

No final, confirmou-se que os ratos que foram expostos aos raios sem serem protegidos por uma aplicação tópica deste ácido desenvolveram rugas e ficaram com a pele mais espessa. Por outro lado, os ratos protegidos com o ácido elágico apresentaram uma pele com poucas rugas e um aspeto mais jovem e saudável.

Futuros estudos

O Laboratório Kang, na Coreia do Sul, tem a patente da descoberta, mas quando questionada sobre a possibilidade da equipa onde está inserida desenvolver um creme com ácido elágico, Ji-Young Bae afirma «que essa será uma tarefa para as empresas de cosméticos». No laboratório, vão dedicar-se a perceber se ingerir alimentos ricos em ácido elágico terá o mesmo efeito que o uso tópico do mesmo.

«Esse será o nosso próximo trabalho, mas podemos garantir, desde já, que comer frutos vermelhos e vegetais é uma forma comprovada de prevenir o fotoenvelhecimento, devido ao seu poder antioxidante», revela a investigadora que aconselha também a ingestão de nozes, que à semelhança dos primeiros, são ricas em ácido elágico.

Texto: Rita Caetano com Ji-Young Bae (investigadora)