Nas melhores mãos! É assim que deve sentir-se sempre que se submete a um tratamento cosmético. No entanto, esta sensação nem sempre existe e são muitas as pistas que a podem fazer suspeitar de que a sua escolha não foi a mais adequada. Aqui ficam algumas dicas para ter uma ideia do que deve pedir à sua esteticista, uma das especialistas a quem confia uma missão muito importante, a melhoria da sua aparência.

Requisitos básicos

Para poder exercer a sua profissão, a esteticista tem de ter uma carteira profissional facultada pela escola onde fez a sua formação, escola esta que tem de ser homologada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Para ter a carteira profissional, a aluna faz um exame no final do curso, avaliado por um júri constituído por profissionais da escola, do IEFP, da Associação Nacional de Esteticismo Profissional e do Sindicato Nacional de Profissionais de Cabeleireiro, Arte e Beleza.

Que tratamentos pode fazer:

- Manicura e pedicura
- Colorações e descolorações de pelos
- Depilações
- Maquilhagem
- Massagens de estética
- Tratamentos faciais (para eliminar a acne ou para garantir uma boa hidratação, por exemplo)
- Tratamentos corporais (celulite, estrias e/ou pós-parto, entre outros)

Dicas para acertar

Seja qual for o tratamento a que vai submeter-se, nem que seja uma simples limpeza à pele, algo considerado corriqueiro, muitas vezes, é importante que a profissional mostre interesse pelo seu estado de saúde, tipo de pele, entre outros fatores. Por isso, deve exigir, que esta lhe forneça informação completa acerca dos tratamentos que lhe vai fazer e dos produtos que vai aplicar.

Se no instituto de estética oferecerem serviços relacionados com medicina estética (mesoterapia, por exemplo), assegure-se de que a pessoa que o vai realizar tem formação médica. Se oferecerem tratamentos dietéticos ou de emagrecimento, é importante que seja um endocrinologista ou um especialista em nutrição devidamente qualificado a fazê-lo. É muito importante verificar meticulosamente tudo o que for relacionado com a higiene e a limpeza do local.

Um ponto a favor do centro de estética é que tanto a forma como está organizado como a sua decoração propiciem um ambiente que convide ao relaxamento e à harmonia. Além disso, se o gabinete de estética estiver integrado noutro centro (ginásio, spa, cabeleireiro ou termas, por exemplo) tem de estar completamente separado deste e funcionar como um departamento autónomo.

Veja na página seguinte: As perguntas que deve fazer antes de escolher

Que perguntas deve fazer

Caso se submeta a um tratamento que inclua várias fases ou aplicação sucessiva de cosméticos, pergunte qual o objetivo de cada um deles e a sua duração. Tente também perceber se uma sessão é suficiente ou se é um tratamento cujos resultados só se notam após várias sessões e, sendo esse o caso, quantas sessões são necessárias e qual o preço total do tratamento. Essa informação é fundamental.

Averigúe também se existem sessões de oferta ou descontos quando o tratamento inclui várias sessões ou é combinado com outros tratamentos. Se se tratar de técnicas que incluam pigmentos (coloração de pestanas, por exemplo) pergunte quais as possibilidades de provocar alergia ou outro tipo de reações. Deve questionar o profissional de estética se pode apanhar sol depois do tratamento realizado.

As situações de que deve desconfiar

Desconfie dos estabelecimentos em que se oferecem serviços como a depilação a laser ou outros que impliquem o uso de aparatologia médica. Os esteticistas não estão habilitados para usar este tipo de aparelhos, a prescrever dietas ou realizar tratamentos que requeiram invadir a pele com agulhas.

Às voltas com o laser

O facto da tecnologia laser se ter generalizado não significa que possa ser aplicada por qualquer pessoa nem que esteja isenta de riscos (queimaduras ou hiperpigmentação, por exemplo). Na verdade, este é um dos temas mais debatidos pelos profissionais da área da estética e da dermatologia, uma vez que não existe em Portugal regulamentação para os tratamentos feitos
com laser.

Para além disso, de acordo com os especialistas espanhóis reunidos no congresso nacional de dermatologia daquele país, dos 10.000 aparelhos de laser destinados a depilação que existem em Espanha, cerca de 70 por cento encontram-se fora do âmbito sanitário. Enquanto as entidades responsáveis não colocam em vigor leis que deem a conhecer os centros onde é seguro submeter-se a esta técnica, pode seguir algumas pistas indicativas.

O ideal seria que fosse aplicado por um dermatologista, já que é o profissional que pode analisar correctamente o estado da pele. Se não for assim, no mínimo deveria tratar-se de uma pessoa capaz de seleccionar o dispositivo mais adequado, dependendo do tipo de depilação e das características da pele. Desconfie dos tratamentos que a priori se apresentam como demasiado demorados.

Em muitos centros, para evitar que apareçam problemas secundários, aplicam um laser de muito baixa potência que, apesar de não levantar problemas, não oferece resultados. E fuja das ofertas! Por mais tentadoras que lhe pareçam... Os dermatologistas dizem que uma sessão profissional e adequada, apesar de ter um custo elevado, no total acaba por sair mais barata do que ter de aplicar tratamentos mais económicos em sessões repetidas.

Texto: Madalena Alçada Baptista