As crianças não precisam de muito para se distrair. Basta criatividade, entusiasmo e disponibilidade por parte dos adultos para brincar com elas.

 

Se a sua imaginação falhar, não se preocupe.

De seguida, sugerimos-lhe algumas das atividades mais indicadas para cada idade. Prometemos que eles se vão divertir e você também.

Dos 0 aos 3 anos

É nos primeiros anos de vida que a criança se desenvolve com maior rapidez. Ao proporcionar-lhe um ambiente estimulante, através do jogo, estará a oferecer ao seu filho não só momentos de puro entretenimento como também formas divertidas de o ajudar a crescer. Para tal, não precisa de muito material, nem de pôr em prática ideias muito complicadas. Acima de tudo, o bebé quer brincar consigo, conhecê-lo a si e a ele próprio.

Olha o passarinho

Nesta brincadeira o seu filho transforma-se num super-bebé apoiado nos joelhos mais fortes do mundo. Os seus! Os bebés adoram voar enquanto os pais os movimentam de um lado para o outro. Para tal, deitada de costas, apoie o bebé nas suas pernas e erga-o, enquanto o segura pelos braços. Uma brincadeira muito simples que ajuda as crianças, entre os seis e os nove meses, a desenvolver o equilíbrio, a motricidade geral e a confiança.

Percurso de obstáculos

A partir dos nove meses o bebé começa a deslocar-se. Primeiro começa por rastejar, em seguida gatinha e depois anda e torna-se imparável. Construa um percurso com obstáculos para que o bebé desenvolva as suas capacidades de resolução de problemas e exercite a coordenação.

Coloque objetos pequenos, macios e fáceis de transpor, como almofadas e peluches, ao longo de uma zona do corredor ou de um quarto pequeno. Posicione-o no início do percurso, coloque-se na outra ponta e encoraje-o a chegar até si.

Em busca do autocolante perdido

O objetivo deste jogo consiste em encontrar autocolantes escondidos por si.

 

Use a sua imaginação e esconda os autocolantes um a um, numa divisão da casa e em locais divertidos, como por exemplo, no candeeiro, nos móveis, nos brinquedos, no chão, nas paredes... Se tiver um pequeno terraço, também o pode aproveitar para este jogo.

Ajude a criança dizendo «quente» e «frio», consoante ela se aproxima ou se afasta do local onde escondeu o autocolante. À medida que a criança os for descobrindo deverá colá-los na camisola, como se fossem medalhas.

Dos 3 aos 6 anos

Nesta fase, a criança passa por um intenso desenvolvimento. Adquire competências motoras, como a destreza manual, a coordenação de movimentos e o equilíbrio. Ao nível da cognição desenvolve o raciocínio e a resolução de problemas. Também começa a dominar as competências do pensamento abstrato e simbólico, sabe exprimir os seus desejos e necessidades de forma articulada.

Os pais podem fazer muito para aproveitar ao máximo o seu potencial de aprendizagem neste período. É simples. Na verdade é tão simples que se faz a brincar.

O passeio das cores

Aproveite um passeio com a criança para lhe ensinar as cores. Enquanto caminham escolha uma cor e peça à criança para identificar elementos dessa mesma cor que forem encontrando ao longo do percurso. Ao encontrar cinco coisas da mesma cor peça-lhe para escolher outra cor, repetindo o procedimento.

Desenho criativo

As aptidões artísticas do seu filho evoluem imenso durante o período pré-escolar e esta atividade vai pôr à prova toda a sua criatividade. Trace uma linha numa folha de papel. Peça-lhe para transformar essa linha num desenho, usando a imaginação. Guarde o papel e repita a operação. No final, faça uma exposição com o trabalho do pequeno artista.

Castelos de areia

Na praia, logo pela manhã ou ao final da tarde, pegue num balde e numa pá e desafie o seu filho a construir um castelo de areia. Para melhores resultados a estrutura deve ser feita à beira-mar, utilizando areia molhada. Cumprida a tarefa não se esqueça da foto para a posteridade.

Dos 6 aos 9 anos

Com o início da idade escolar, dá-se uma autêntica explosão das capacidades físicas, cognitivas e sociais da criança. Nesta fase, as crianças são particularmente ativas.

 

Continue a proporcionar-lhe experiências que enriqueçam as suas capacidades ao nível da linguagem, do pensamento e da consciência social.

Leia com frequência com o seu filho, proporcione-lhe oportunidades para reforçar a confiança nas suas capacidades cognitivas e fomente o pensamento criativo. Em suma, continue a acompanhar a evolução da criança, como até agora, brincando com ela.

Quem conta um conto...

Para este jogo não é necessário nenhum material, apenas seis jogadores com vontade de se divertir. Todos os jogadores sentam se em círculo. O primeiro sussurra muito depressa uma frase ao ouvido do parceiro da direita. O segundo jogador deve repetir o que ouviu, ao seguinte e assim sucessivamente.

O último jogador revela, então, o que ouviu em voz alta. A surpresa dá-se quando o primeiro jogador diz a frase verdadeira, pois geralmente é muito diferente e todos acabam numa grande risota.

Palavras proibidas

Todos os jogadores fazem perguntas à vez a outro jogador que tem de responder com muito cuidado porque não pode dizer nem «sim», nem «não». Os outros tentarão preparar-lhe armadilhas, colocando perguntas que facilmente alguém responderia com essas palavras proibidas.

Pode complicar-se o jogo acrescentando outras palavras proibidas como «talvez», «às vezes»... Um jogo fácil que se pode praticar em qualquer lado, numa viagem de carro, na praia, ou em casa.

Batalha aquática

Na praia, dentro de água, metade dos jogadores sobe para os ombros dos mais velhos, formando assim pares de cavalos e cavaleiros. Os cavaleiros lutam entre si empurrando-se com as palmas das mãos. A intenção é tentar mandar os adversários à água. O cavaleiro que aguentar mais tempo montado no seu cavalo sai vencedor, mas todos ganham em diversão.

Dos 9 aos 12 anos

Nestas idades, as crianças dirigem a atenção para certos passatempos e ocupações, como puzzles ou modelos em escala, truques de magia, experiências científicas, enigmas e, também, quebra-cabeças.

A convivência social aperfeiçoa-se através de jogos de tabuleiro, de cartas e jogos eletrónicos, principalmente os que exigem decisões estratégicas.

 

De resto, todos os jogos que trabalhem os conhecimentos adquiridos na escola são um atrativo.

O homem-mistério

Um dos jogadores pensa numa personagem conhecida (figura histórica, desportista, cantor...). Os outros, à vez, fazem-lhe perguntas às quais ele só pode responder «sim» ou «não».

Por exemplo, podem perguntar se é uma personagem histórica, se é ator, se está casado, se é louro. Para dar um nome deve-se estar bastante seguro, pois cada jogador só tem uma oportunidade. Quem acertar pensa na próxima personagem a adivinhar.

Caça à matrícula

Um jogador escolhe uma letra e a partir desse momento devem estar todos bastante atentos para ver se passa algum carro cuja matrícula tenha essa letra. Por cada carro que passa sem corresponder o jogador acumula um ponto.

No final, ganha quem tiver menos pontos. Para complicar, podem também jogar com dois números de zero a nove. Neste caso, o objetivo é encontrar esses dois dígitos seguidos um ao outro nas matrículas. O jogo ideal para que longas distâncias pareçam viagens muito mais curtas.

Sabichão

Distribui-se lápis e papel por todos os jogadores. Cada um desenha numa folha várias colunas, uma para cada categoria de palavras, por exemplo nomes, cidades, países, frutos e marcas. A última coluna reserva-se para os pontos. Em cada jogada escolhe-se uma letra pela qual devem começar todas as palavras das diferentes categorias. Para isso, um jogador recita mentalmente o abecedário, até que alguém diz «stop» e o primeiro revela a letra escolhida.

Todos tentam preencher os campos com palavras que comecem por essa letra. O primeiro a terminar diz «stop» e todos param de escrever. Em voz alta leem-se as respostas dadas por cada jogador em cada categoria. Cada palavra correta vale dez pontos, mas se alguém der respostas iguais, estas valem apenas cinco pontos. Ganha quem primeiro atingir os cem pontos.

Texto: Vanda Oliveira