Já não é só a obesidade infantil, sobretudo em contextos familiares em que esse problema se estende a toda a família, que está a preocupar médicos, especialistas e até alguns governantes em vários países do mundo.

A associação americana para a prevenção da obesidade nos animais, estima que, entre 2007 e 2009, o número de cães obesos aumentou 2%, enquanto o número de gatos com peso a mais, cresceu 5%. Uma tendência que não só se mantém atual como também se tem vindo a verificar em Portugal, como confirmam vários veterinários nacionais.

A culpa está no tipo de alimentação que lhes é dada e no facto de estarem a ficar sedentários, exatamente o mesmo sucede com muitas famílias nacionais. Embora em Portugal não existam dados sobre a percentagem de animais obesos, estima-se que cerca de 40% dos cães e 30% dos gatos têm peso a mais. A incidência da obesidade aumenta com a idade (entre os 5 e os 12 anos) e é mais frequente em animais esterilizados.

Estes resultados acabam por espelhar o que se passa com seus donos, alertam os especialistas. «As pessoas que comem demais e se exercitam pouco, repetem nos animais os seus (maus) comportamentos», revela a associação americana. Tal como na obesidade humana, a solução passa por aumentar a mobilidade e ter mais cuidado com a alimentação. No caso dos animais, isso significa evitar dar-lhes comida caseira, «nutricionalmente desequilibrada», como a caracterizam.

O estudo afirma ainda que uma alimentação adequada ao perfil, raça e idade do animal, além de evitar a obesidade, pode ainda funcionar como prevenção para uma série de outras doenças como cardiovasculares, dermatológicas ou alergias, igualmente prejudiciais para a saúde e bem-estar do cão ou do gato.

Para a Associação de Prevenção da Obesidade nos Animais o dono deverá ter especial atenção à quantidade e qualidade de alimentos que o seu animal doméstico ingere e aumentar a mobilidade, aumentando também o tempo que dedica à atividade física. A obesidade nos animais é tão perigosa como a humana e pode levar inclusivamente ao aparecimento de doenças articulares e diabetes.

Texto: Claúdia Silva