Estimule o convívio familiar a partir do início da manhã, aproveitando a refeição matinal para conversar com os seus filhos sobre o que os espera na escola.

Comece bem o dia com um pequeno-almoço completo, reunindo toda a família.

 

Esta refeição deve incluir com leite ou iogurte magro, cereais ou pão integral com queijo ou doce e fruta. E termine-o também da melhor forma, bebendo um copo de leite morno antes de se deitar, seguindo o exemplo das suas crianças. Estudos revelam que o cálcio ajuda a reduzir os espasmos musculares e a aliviar a tensão.

Faça uma alimentação equilibrada, rica em vegetais, fruta e cereais integrais. Aposte nos nutrientes que ajudam a regular os níveis de cortisol e adrenalina (hormonas do stress), como por exemplo vitamina C, magnésio, ácidos gordos ómega 3 ou hidratos de carbono complexos. Explique às suas crianças a importância de uma alimentação saudável. Se o seu filho não gosta de legumes, mude de tática, fazendo por exemplo uma pizza party.

Deixe-o fazer a massa, escolher os ingredientes e dar um nome à sua pizza original. Aposte nas cores dos vegetais para torná-las divertidas e saudáveis. Verá como ele comerá com outro apetite. Nos momentos de maior stress, medite. Esta prática ancestral ajuda a aliviar o stress, favorece o sistema imunitário e ativa zonas do cérebro associadas a emoções positivas, mais do que necessárias depois de descobrir que o seu filho acaba de fazer (mais) uma asneira.

Escolha um local calmo e uma posição confortável. Feche os olhos e concentre-se numa palavra ou no ritmo da sua respiração. Inspire e expire suavemente durante dez minutos. Depois de se acalmar, não perca tempo a dizer pela milésima vez ao seu filho para arrumar o quarto. Motive-o a fazê-lo. Crie uma tabela com os dias da semana e atribua um autocolante, por mérito, cada vez que ele cumpre o objetivo. Após dez autocolantes dê-lhe uma recompensa. Verá que a motivação compensa!

Apesar de o compensar quando ele merecer, ensine-lhe o valor do dinheiro. Poupar é a palavra-chave nos tempos que correm. «É muito importante ter algum dinheiro de parte que lhe permita, pelo menos, passar três meses sem trabalhar, mantendo a média das suas despesas», aconselha o especialista em assuntos económicos Pedro Queiroga Carrilho.

A linguagem que usa nos momentos mais cruciais também é muito importante. Renove o seu vocabulário e adeque-o ao meio familiar que a rodeia.

Eis os exemplos que, para Vítor Rodriques, pertencem à lista negra. «Há palavras perigosas, como horrível (que deve aplicar só em catástrofes nucleares), expressões a dosear, como devo ou tenho de, (para não nos tornarmos tiranos dos outros ou de nós mesmos) e outras a não usar de todo, como vingança (que implica preservar e repetir males feitos)».

Se vive em estado de alerta, prestando atenção às mais pequenas coisas e preocupando-se com tudo o que pode correr mal, o que costuma acontecer sobretudo quando as crianças são mais pequenas, mude de atitude.

«Aquilo com que nos preocupamos escusadamente ocupa espaço mental, impede-nos de saborear os momentos, aumenta a ansiedade e torna-nos menos lúcidos e menos disponíveis, com clareza e energia, para reagir às dificuldades», explica Vítor Rodrigues.

Para que possa ocupar a mente com o que é realmente importante de modo a saborear convenientemente esses momentos, organize-se. Mantenha, por exemplo, um registo atualizado da sua saúde. Tome nota das situações de mal-estar (intensidade, frequência). Este gesto pode ajudar o seu médico a fazer um diagnóstico na próxima consulta.

Seja em casa ou no trabalho, defina sempre objetivos realistas, tendo em conta a sua realidade familiar. É verdade que as mulheres conseguem realizar várias tarefas em simultâneo mas isso não implica preencher o seu dia como se tivesse 48 horas. Estabeleça prioridades e aprenda a dizer «não». Verá que, depois disso, o seu «sim» terá muito mais valor. Proteja a sua vida afetiva, não deixando que os seus filhos lhe ocupem todo o pensamento e os (poucos) tempos livres.

 

Deixe o trabalho no escritório e faça a transição entre o modo profissional e o pessoal antes de chegar a casa. Para preservar a harmonia no casal, é vital «combater a necessidade quase automática de despejar no outro os problemas e o stress do dia», alerta Marta Crawford, sexóloga. Isso não impede, no entanto, que não possa dividir as tarefas domésticas.

Mesmo que o(a) seu(sua) parceiro(a) não seja um especialista em limpezas ou arrumações, incentive-o(a) a
fazê-lo. Em função disso, terá menos stress e mais tempo livre (para si ou para os dois). Se puder, dedique também algum tempo aos outros, participando numa associação ou apenas tomando um chá com uma vizinha idosa que vive só. Em troca terá um sorriso e a oportunidade de perceber que as coisas mais simples são também as mais valiosas.

Texto: Manuela Vasconcelos