Um dos meus programas favoritos sempre foi passar uns dias na casa do meu avô.

Longe da cidade, explorava este mundo distinto sob o seu olhar atento e, graças à sua paciência para contar histórias, aprendia sempre algo novo.

 

Hoje em dia, imagino que o desejo dos mais pequeninos seja o mesmo, mas a história talvez um pouco diferente. Em alguns casos as personagens existem, mas a distância que as separa não permite grandes aventuras. Noutros, as mudanças na vida de cada um levam a que o cenário já não seja o ideal.

Mas uma coisa é certa. Os avós fazem falta. Foi o que pensou Christelle Levasseur, jurista francesa, que em 2007 resolveu ajudar as famílias a encontrar avós e netos através da internet. Criou um site de encontros fora do comum que punha em contato as várias gerações e permitia a, por exemplo, uma pessoa que tivesse os pais longe encontrar na sua cidade um casal disponível para partilhar momentos com o seu filho.

Vários e-mails e encontros mais tarde, os laços de afecto entre estas novas famílias estreitam-se e a união acontece. A experiência tem dado os seus frutos e, a avaliar pelos relatos de alguns participantes, não são apenas as crianças que saem a ganhar.

O convívio familiar, nomeadamente entre netos e avós, não se deve restringir a dias festivos como o Dia dos Avós, que se assinala anualmente a 26 de Julho. Sempre que possível, dedique sempre algum tempo a quem lhe é mais querido.

Se tem avós, aproveite a sua companhia. Se já não tem essa sorte, olhe à sua volta e predisponha-se a alargar a sua família oficial. Isto porque, mesmo em tempos difíceis, o afeto nunca deve entrar em crise.

Texto: Manuela Vasconcelos