Como foi que a sua mãe lhe disse? Quando estiver a amamentar ou a dar o biberão ao bebé tem de fazer uma pausa de dez em dez minutos para ele poder tomar ar. Ah, e a sua sogra disse que é melhor não lhe comprar roupas de enfiar pela cabeça. E é claro que a sua melhor amiga a avisou de que não comprasse uma alcofa de verga. Embora o seu cunhado lhe tenha dito que era muito mais seguro… que raiva!

 

E isto é só o início. É assustadora a quantidade de conselhos que nos dão quando temos um bebé. E 18 anos mais tarde ainda continuam: «Não queiras que ela vá para a universidade. É uma perda de tempo – diz-lhe antes que vá trabalhar.» Ou então: «Tens de o pôr a andar de casa, agora que é maior de idade, caso contrário ainda aí estará aos 30». Ou ainda: «Não lhe dês um carro. Ele que junte dinheiro para o comprar. Foi assim que nós fizemos.»

 

Só há uma pessoa a quem tem mesmo de dar ouvidos: a si mesmo. E se tem ao seu lado um/a companheiro/a, é bom ouvir também a opinião dele/a. Mas não dê demasiada importância às coisas, se não quer endoidecer. Lembre-se de que tem de manter a saúde mental.

 

Não estamos a dizer-lhe que não dê atenção ao que lhe dizem, se entender que deve dar. Até pode aproveitar uma ou outra sugestão. Mas mesmo que essas pessoas tenham razão, você não é obrigado a fazer o que lhe dizem. Só porque um determinado métodos, estratagema, apetrecho, regime, técnica ou seja o que for resulta com alguém, não quer dizer que também vá resultar consigo. Todos os filhos são diferentes e todos os pais são diferentes, por isso é difícil que o conselho de outros vá resultar no seu caso.

 

Certa vez, uma vizinha perguntou se achava que devia habituar o seu bebé a horários rígidos de alimentação e sono. Não fazia sentido ela perguntar tal coisa – somos pessoas completamente diferentes. Ela era muito metódica e meticulosa e ficava mesmo estressada se as coisas não fossem assim, todas muitíssimo bem organizadas. Pelo contrário, há pais que muito mais relaxados e que acham bem que os filhos bebés durmam quando têm sono e comam quando têm fome.

 

Os pais que seguem estas regras sentem-se à vontade para rejeitar os conselhos que não lhes parecem bons. Portanto, o melhor é ouvir esses conselhos e depois «moldá-los» à sua própria maneira. Se lhe fazem uma sugestão que não considera razoável, é porque provavelmente não é mesmo. Limite-se a sorrir delicadamente e a agradecer.

 

Ideia-chave: Só porque um determinado método resulta com alguém não quer dizer que também vá resultar consigo.

 

 

Texto adaptado por Maria João Pratt

Fonte: 100 regras para educar o seu filho (2009), de Richard Templar – Editorial Presença

 

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