Os estudantes universitários de engenharia, tecnologias, arquitetura e artes são os que revelam maior tendência para a emigração e os destinos preferenciais são países da Europa e da América do Sul, revela um estudo.
Os inquéritos realizados a 1.751 universitários, entre 14 de maio e 16 de junho, indicam que “69 por cento” dos alunos têm intenções de emigrar “em busca de melhores condições laborais” e que a prevalência dessas intenções se concentra em “jovens das áreas de engenharia, tecnologias, arquitetura e artes”, cujas médias são “na ordem dos 13 e 14 valores”. “A maioria dos inquiridos afirma ter intenções de emigrar para um qualquer outro país europeu”, lê-se no estudo a que a agência Lusa teve acesso, onde se acrescenta que a a América do Sul surge também com um “forte pendor para uma escolha particular, designadamente o Brasil”.
As principais razões que estão na base da eventual emigração dos inquiridos estão relacionadas com o objetivo de se inserirem no “mercado laboral” e o intuito de conseguirem “melhores perspetivas de emprego”.
Os dados revelam que 59 por cento dos estudantes inquiridos consideram ainda não existirem “mecanismos informativos sobre os diversos países europeus”.
O inquérito sobre “Mobilidade Profissional” foi realizado a estudantes do ensino superior maioritariamente da faixa etária dos 20 aos 24 anos (63,6 por cento) e frequentadores de uma licenciatura (68,40 por cento).
Os inquiridos eram da Universidade de Coimbra (38,3%), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (23,7%), Instituto Politécnico de Coimbra (8,1%), Instituto Politécnico de Viseu (7,6%), Universidade do Porto (4,7%), Universidade de Aveiro (4,6%), Instituto Politécnico do Porto (3,8%), Universidade de Évora (1,6%), Universidade Portucalense (1,4%), Universidade Católica Portuguesa (1,0%) e outras instituições do ensino superior nacional (5,2%).
O documento refere também que a maioria dos estudantes não realizaram qualquer programa de mobilidade internacional (86%), sendo que quase metade (46%) não o fez por “dificuldades socioeconómicas” e 39% não realizou mobilidade para outro país por "vontade pessoal".
As “alterações socioeconómicas resultantes da crise financeira” e o “ajustamento orçamental” que está a acontecer em Portugal são as principais razões apontadas para a eventual emigração pelos universitários inquiridos.
Fonte: Lusa
14 de agosto de 2012