O projeto "Ver o Futuro" nasceu da verificação, através do trabalho da equipa de "saúde escolar", que "há alguns jovens que têm problemas de saúde visual graves, mas que os pais não têm capacidade para adquirir óculos", explicou hoje à agência Lusa o presidente do conselho de administração da ULSLA, Paulo Espiga.

"Isso compromete não só a visão, que se vai degradando, como o percurso escolar", disse o responsável, indicando que o projeto está enquadrado como iniciativa de "responsabilidade social" da ULSLA. Após referenciados e com a situação de incapacidade económica "devidamente validada" por assistentes sociais, aos jovens, dos três aos 18 anos, que frequentem a escola são oferecidas as armações e as lentes.

"Arranjámos um parceiro, que nos vai fornecer as lentes e os óculos a preço de custo e assim garantimos que estas crianças têm a sua saúde visual identificada e tratada", explicou Paulo Espiga. O projeto prevê que, "uma semana após a referenciação", os jovens tenham uma consulta de oftalmologia nos serviços da ULSLA, sendo-lhes "fornecidos os óculos num prazo de um mês".

"No prazo de um mês têm o seu problema resolvido e podem ter oportunidade de mostrar aquilo que valem sem terem mais um handicap que é injusto e que nós achamos que podemos ajudar a ultrapassar", destacou.

A ULSLA vai lançar um outro projeto, mas interno, dirigido a "profissionais da casa", que pretende incentivar à apresentação e votação de propostas pelos funcionários para "projetos de desenvolvimento profissional" e para a "melhoria de prestação de cuidados" aos utentes.

A iniciativa "Tome a Palavra", explicou Paulo Espiga, é um orçamento participativo, um processo a que a administração da ULSLA vai atribuir no total 7500 euros para concretizar os projetos mais votados pelos funcionários.

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"Os profissionais da casa podem apresentar projetos de desenvolvimento profissional e o mais votado terá um apoio de 2500 euros [para ser concretizado] e podem apresentar também projetos para a melhoria de prestação de cuidados, em que o mais votado terá um apoio de 5 mil euros", especificou.

A intenção é que nasçam projetos das próprias equipas de trabalho para desenvolver na ULSLA, que conta com cerca de mil funcionários, distribuídos entre o Hospital do Litoral Alentejano, o Agrupamento de Centros de Saúde do Litoral Alentejano, com cinco unidades e respetivas extensões, e Unidade de Saúde Pública do Alentejo Litoral.

"Até ao final deste mês decorre o período de apresentação de projetos, a votação deverá decorrer até meados de dezembro e, na festa de Natal da ULSLA serão apresentados os dois projetos vencedores a concretizar no próximo ano", indicou.