O estudo foi desenvolvido pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) com o objetivo de caraterizar o consumo de álcool entre as grávidas nos concelhos de Lisboa e Oeiras e envolveu 1.104 participantes inquiridas através de questionários apresentados pelos profissionais de saúde.

Dezanove por cento das mulheres inquiridas declararam ter tomado bebidas alcoólicas após terem conhecimento da gravidez, “sendo este consumo essencialmente esporádico”, enquanto um por cento tomaram bebidas até ficarem ‘alegres’ ou fizeram consumos ‘binge’ (consumo ocasional excessivo).

“Verifica-se um certo consenso em torno da ideia de que o consumo de bebidas alcoólicas na gravidez tem efeitos negativos no bebé, mas uma ambiguidade quanto ao tipo de consumo que é nocivo”, refere o sumário executivo do estudo.

Por isso, o SICAD entende que é necessário “divulgar mensagens claras e concretas quanto ao consumo de bebidas alcoólicas na gravidez: não é seguro beber qualquer copo na gravidez”. O SICAD frisa ainda que “a ideia de que não é seguro beber qualquer copo de bebida alcoólica por semana na gravidez é a que mais contribui para a diminuição da probabilidade de consumir”.

Segundo os dados do estudo, entre as mulheres que consumiam álcool antes da gravidez, 74% deixaram de o fazer durante o planeamento da gravidez ou já depois de saberem estar grávidas. Das que mantiveram o consumo de bebidas alcoólicas – 26% do total de consumidoras -, metade (13%) reduziu esse consumo.

“As alterações ao consumo na gravidez ocorrem sobretudo aquando do conhecimento da gravidez e são motivadas pela necessidade de evitar problemas de saúde para o futuro filho”, explica o SICAD.